Vale (VALE3) realiza estudos para aplicar metade dos R$70 bi previstos em Novo Carajás – Money Times


(Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

A Vale (VALE3) já definiu a execução de metade dos R$70 bilhões de investimentos previstos no Programa Novo Carajás até 2030, dentro do plano de expandir minas e aumentar a produção de minério de ferro para 200 milhões de toneladas ao ano no complexo do Pará, além de elevar em 32% a extração de cobre.

Enquanto isso, a companhia trabalha para definir os melhores “alvos” minerários no restante do plano, que depois terão de passar por processo de licenciamento, disse o diretor do corredor Norte da mineradora, Gildiney Sales.

Com o Novo Carajás, anunciado em fevereiro deste ano, a Vale busca desenvolver a produção em novos corpos minerários principalmente buscando estruturas existentes no Sistema Norte, a maior província produtora de minério de ferro e cobre da companhia.

Durante encontro com jornalistas em Parauapebas (PA), o executivo detalhou melhor como está o processo do investimento.

“Estamos procurando novos corpos, tem projetos em andamento, o principal deles é +20 (milhões de toneladas) na Serra Sul, onde são quase US$3 bilhões. Tem a usina 1 (em Serra Norte) também”, afirmou.

O projeto em Serra Sul, com 73% de avanço físico, consiste na abertura de novas áreas de lavra, duplicação do transportador de correia de longa distância (TCLD) e implantação de novas linhas de beneficiamento. Também está prevista a ampliação das áreas de estocagem e dos equipamentos de mina.

A Vale produziu 177,5 milhões de toneladas de minério de ferro no Sistema Norte (formado pelas serras Sul, Norte e Leste) no ano passado, além de 265,2 mil toneladas de cobre.

“Estamos pesquisando novos alvos para que a gente busque produzir, voltar a produz patamar de 200 milhões de toneladas no Sistema Norte e aquele número de 350 mil toneladas de cobre” acrescentou.

“Diria que mais ou menos 50% (dos R$70 bilhões) já está sendo destinado e 50% aguardando os projetos, aguardando os estudos de onde é melhor o local, para depois entrar com o processo de licença”, afirmou Sales.

Um exemplo de projeto recém-definido é o de cobre de Bacaba, para aumentar a produção da área de Sossego, citou ele. A Vale anunciou em meados de junho que obteve a licença prévia para o empreendimento, e que vai investir aproximadamente US$290 milhões durante a fase de implantação.

Além de Bacaba e Serra Sul, outro exemplo de investimento em andamento são os US$750 milhões em Serra Norte, incluindo a Usina 1, onde a companhia pretende eliminar totalmente o uso de água no beneficiamento de minério de ferro até 2027.

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Próximos passos

Segundo Sales, “tem um time inteiro avaliando quais serão os próximos investimentos” dentro do Programa Novo Carajás, com estudos geológicos sendo feitos.

A Vale trabalha para definir os projetos restantes que comporão a meta de aumento de produção para depois entrar com o processo de licenciamento.

“Estamos estudando quais serão os próximos (projetos), temos cinco anos para definir e iniciar a implantação… estamos estudando onde é mais fácil, mais rápido, com menor energia, já aproveitando alguma instalação existente…”, explicou.

De acordo com Sales, mesmo em uma área que já se explora, se houver plano de ampliar a produção, é preciso de licenças ambientais. “Vai passar pelo processo de licenciamento, principalmente quando envolve supressão vegetal”, disse ele.

A operação da Vale em Carajás ocupa um perímetro que representa apenas 3% de um mosaico de unidades de conservação de florestas da região que somam 800 mil hectares, onde a mata é fechada, com árvores amazônicas de grande porte. Um dos principais ativos é a Floresta Nacional de Carajás.

De acordo com ele, “quando está na área antropizada, um pasto, o processo é mais fácil, mas se estou no meio da floresta tem todo este rito (de licenciamento)”.

Segundo o diretor, os novos empreendimentos são necessários porque ao longo do tempo de exploração o minério de ferro vai “piorando a qualidade” e a operação vai ficando mais cara, enquanto a cava se aprofunda.

“A relação de estéril/minério vai ficando cada vez mais difícil… então tem que estar sempre repondo”, declarou ele, lembrando que em uma das minas da Serra Norte de Carajás a Vale já opera há 40 anos.

Fonte: Money Times

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