Uma parte já foi: a Natura (NATU3) anunciou na manhã desta segunda-feira (15) a venda da Avon América Central e República Dominicana (ou CARD). Resta agora ao mercado, otimista com a sinalização, conhecer o destino do restante da operação internacional — o que pode incluir a divisão do braço na Rússia.
Por enquanto, o negócio representa apenas a venda de operações em 6 dos 41 países que constituíam a Avon Internacional: Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana. Sinaliza, no entanto, para um dos movimentos mais aguardados pelo mercado no processo de reestruturação da Natura, e “altamente provável para os próximos 12 meses”.
Desde a aquisição da marca pela Natura em 2020, a Avon Internacional se tornou uma dor de cabeça para a empresa de cosméticos. Os ativos hoje à venda apresentam, em geral, fluxo negativo de caixa, razão pela qual mesmo vendida simbolicamente a US$ 1 mais US$ 22 milhões devidos pela Avon Guatemala à Natura México, a operação animou analistas.
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Andrea Aznar, analista de investimentos do Banco do Brasil BI, avalia a assinatura do acordo com otimismo, mas diz continuar aguardando uma definição em relação às outras regiões em que a Avon atua fora da América Latina.
O desenho da estratégia para se livrar dos ativos internacionais começou a ficar mais claro há cerca de um mês, quando a Natura informou o desmembramento do CARD da Avon Internacional e passou a tratar os ativos como “mantidos para venda” na divulgação de resultados do segundo trimestre. Na ocasião, ela definiu três perímetros: o próprio CARD, a Avon Rússia e a Avon Cosmetics Limited (ACL).
Avon Rússia é a próxima?
Para a XP, a Avon Rússia é provavelmente a próxima na fila do desinvestimento, o que abriria caminho para concluir a venda da ACL — todo o resto da operação Avon Internacional. Questionada pelo InfoMoney, a empresa apenas reafirmou o que disse publicação do último balanço: “é altamente provável a negociação dos ativos da Avon Internacional em até 12 meses — assim como a venda de ativos de Avon CARD, anunciada hoje”.
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Em entrevista coletiva em agosto, a CFO da Natura, Silvia Vilas Boas, afirmou que a empresa avalia “todas as alternativas para o processo de venda” dos ativos da Avon Internacional.
No caso da América Central e República Dominicana, a Avon vendeu seus ativos para o Grupo GPD — empresa de bens de consumo com presença na América Central e no Peru –, mas firmou um acordo para continuar fornecendo os produtos da marca. A produção fica por conta da fábrica da companhia em Celaya, no México. A empresa também será licenciadora da marca Avon na região.
Questionada sobre os termos do contrato de licenciamento, a Natura disse que “são contratos de royalties firmados dentro das práticas comuns de mercado”. A empresa não respondeu se novas vendas podem adotar o mesmo modelo.
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“Essa movimentação corrobora o que foi afirmado no Investor Day realizado no final de junho, quando o CEO [João Paulo Ferreira] da companhia informou que o objetivo do grupo é voltar às origens e trabalhar, especialmente, com a marca Natura no Brasil e na América Latina”, diz Aznar. “Esse foi um passo importante para o atingimento do objetivo proposto, mas para que algum valor seja, de fato, destravado será necessário finalizar as transações de venda das outras regiões.”
Um relatório do Santander IB divulgado nesta tarde avalia que, embora não aparente implicações financeiras relevantes, o anúncio melhora o sentimento em relação aos esforços da empresa para resolver a Avon Internacional. Com base nas informações disponíveis, o banco calcula uma economia de caixa de aproximadamente R$ 60 milhões para a Natura, para um Ebitda (indicador de geração de caixa) consolidado de R$ 3,3 bilhões em 2025.
Fonte: Info Money
