UBS vê Ibovespa “barato” e eleva recomendação para ações brasileiras; alta no petróleo está no radar – Money Times


(Imagem: Canva Pro)

O UBS revisou para cima sua recomendação para ações brasileiras, elevando o país para a categoria overweight (com desempenho acima da média do mercado) em seu relatório global de estratégia para emergentes, publicado nesta segunda-feira (23).

A decisão reflete a expectativa de que o ciclo de aperto monetário tenha chegado ao fim e que cortes na taxa Selic comecem a partir de abril de 2026, em um ritmo mais rápido do que o previsto pelo consenso de mercado.

O  Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou na última quarta-feira (18) a elevação dos juros, com o recado de que este provavelmente seria a última alta e que o atual patamar se manteria o mesmo por mais tempo.

Além disso, o banco aponta que a popularidade em baixa do governo Lula pode abrir caminho para um governo de centro-direita nas eleições de 2026, o que traria de volta a disciplina fiscal, favorecendo o câmbio, os juros de longo prazo e o endividamento público.

“O Brasil vem aparecendo como barato nos gráficos de preço sobre lucro (P/L) há algum tempo, mas quase toda essa ‘barateza’ era explicada por juros mais altos. Com o fim do ciclo de alta e perspectiva de cortes mais fortes, vemos espaço para uma reprecificação dos múltiplos”, destaca o relatório.

O banco lembra que o Ibovespa (IBOV) acumula alta de 13% no ano, ainda insuficiente para compensar a perda de 40% em 2024. O UBS também ressalta que a economia brasileira é pouco exposta a riscos de tarifas dos Estados Unidos e tende a se beneficiar com a alta do petróleo, fator que historicamente impulsiona o desempenho do mercado local.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Petróleo pode estar ameaçado

No entanto, o banco também vê riscos para os mercados emergentes com a alta da commodity, principalmente, se ela for causada por choques de oferta.

Com o a entrada dos Estados Unidos no conflito do Oriente Médio, o Parlamento do Irã aprovou no domingo (22) o fechamento do Estreito de Ormuz  por onde passa cerca de 25% de toda produção global do produto  segundo veículos de imprensa locais. Vale lembrar que o Irã é o terceiro maior produtor de petróleo da Opep.

A medida, no entanto, ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, para entrar em vigor. Com a retaliação do Irã às bases americanas no Catar, essa possibilidade pode ter sido adiada. 

“A América Latina tende a ser mais beneficiada, enquanto a Ásia costuma ser prejudicada. O Brasil, por exemplo, costuma ter desempenho melhor com preços mais altos do petróleo — por isso, o UBS recentemente elevou o país para overweight (acima da média). Já Índia e Filipinas podem ser mais vulneráveis”, destacou os analistas do banco.

Fonte: Money Times

Compartilhe este artigo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *