Bloomberg Línea — O grupo espanhol Telefónica avalia vender 20% do capital da operadora brasileira de telefonia móvel Vivo (VIVT3), uma fatia estimada em cerca de US$ 3,7 bilhões, segundo reportagem publicada pelo jornal El Economista nesta segunda-feira (30).
A companhia no Brasil disse à Bloomberg Línea que não vai comentar.
A venda do capital seria, segundo a publicação, uma das alternativas em análise, incluindo aumento de capital.
A Telefónica detém cerca de 76% do capital da Vivo e estaria disposta a manter pelo menos 51% do capital, segundo o veículo, que não revelou sua fonte.
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Em relatório enviado aos clientes, a equipe de equity research do Goldman Sachs observou que não há confirmação da notícia pelas empresas e que a venda de 20% do capital seria apenas uma das possibilidades em estudo.
“Esperamos que o fluxo de notícias sobre o assunto continue a adicionar volatilidade às ações da Vivo nos próximos meses/trimestres, à medida que o processo de revisão estratégica da Telefónica prossegue”, escreveram os analistas Vitor Tomita e Milenna Okamura.
Eles lembraram que a notícia sobre a possível venda de 20% da Vivo surge após mudanças na gestão e na estrutura acionária da Teléfonica na Espanha, bem como de vendas recentes de ativos na América Latina, exceto o Brasil.
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Para os analistas do banco de Wall Street, os desinvestimentos na região são “consistentes com a estratégia de longa prazo da Telefónica de reduzir a exposição aos países latinos de língua espanhola”.
No começo do ano, o grupo vendeu sua operação na Argentina por US$ 1,25 bilhão. Há relatos na mídia também de interesse da Telefónica de desinvestimento no México e no Uruguai, segundo noticiou a Bloomberg News em fevereiro.
“Por outro lado, o Brasil tem sido reiterado como um ativo essencial para o grupo”, ressalvaram.
A consultoria BCG (Boston Consulting Group) colabora com a elaboração de um plano estratégico da Telefónica para começar a ser desenvolvido no outono do hemisfério norte, segundo o jornal espanhol.
As ações da Vivo na B3 fecharam em alta de 1,61%, cotadas a R$ 30,89.
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