Talvez possamos ver a IA como ferramenta e não como fim

Eu mesmo comecei a pensar assim quando algumas semanas atrás palestrei para jovens da Cidade Tiradentes, na periferia de São Paulo, e ao perguntar quem estava usando IA, praticamente todo o auditório levantou a mão.

Dali talvez pode sair agora um novo hit musical, um novo blockbuster de cinema cheio de efeitos especiais, um livro de ficção cientifica ou apenas usar para estudar pro ENEM e passar na prova e mudar a vida com os estudos.

No topo da pirâmide, todo mundo tem medo de ser substituído porque sempre teve gente fazendo o trabalho por eles. Na base, quem nunca teve acesso a nada está finalmente conseguindo criar sem depender de terceiros.

A mesma tecnologia que assombra quem sempre deteve os meios de produção está empoderando quem sempre foi excluído deles.

É a mesma lógica da fotografia digital que diminui muito o número de laboratórios caros, mas botou uma câmera profissional na mão de qualquer pessoa. Ou do YouTube que quebrou o monopólio da TV, mas permitiu que qualquer um virasse produtor de conteúdo. Tudo ficou coexistindo, com muita gente tirando foto analógica e postando nos stories ou comentando a novela das 21h no canal de YouTube.

Talvez o problema não seja a inteligência artificial. Talvez seja nossa relação com ela – e principalmente nossa relação com o poder.

Fonte: UOL

Compartilhe essa notícia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *