A Suzano está cortando a produção de celulose após as negociações com clientes na China, seu maior mercado, terem sido afetadas pela incerteza em relação às tarifas comerciais impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
A maior exportadora mundial da matéria-prima, usada de embalagens a papel higiênico, está reduzindo a produção pelos próximos 12 meses, informou a diretoria da Suzano em comunicado na quarta-feira (7), ao divulgar os resultados do segundo trimestre. A produção será reduzida em 3,5%, ou cerca de 450 mil toneladas.
“Eu não diria que a instabilidade geopolítica reduziu a demanda, mas obviamente freou as discussões sobre preços”, disse o presidente-executivo da Suzano, João Alberto Abreu. “Ter a expectativa de reduzir a oferta de celulose para os EUA gera a expectativa de ter que aumentar a oferta para a China, e obviamente este não é o ambiente ideal para discutir aumentos de preços.”
O Brasil foi atingido por tarifas de importação de 50% dos EUA, anunciadas por Trump no início de julho. Embora a celulose tenha sido incluída posteriormente em uma lista de isenções divulgada no final do mês passado, a incerteza ainda foi suficiente para afetar o comércio, disse Abreu.
Preços da Suzano
“A perspectiva para os preços deve melhorar à frente, como resultado da queda na oferta global“, disse o vice-presidente executivo da Suzano, Leonardo Grimaldi, durante a conferência de resultados da empresa na quinta-feira.
“Cortes no fornecimento por concorrentes da empresa são prováveis e iminentes”, disse o executivo, acrescentando que os preços atuais estão abaixo do custo marginal de algumas usinas concorrentes.
Nesta quinta-feira (7), a Suzano anunciou um aumento no preço de US$ 20 por tonelada para clientes asiáticos.
Os preços de referência na China caíram para US$ 495 por tonelada na semana passada, segundo dados compilados por analistas do BTG Pactual, liderados por Leonardo Correa. Em maio, o preço era de US$ 527 por tonelada.
Nos EUA, as importações de celulose aumentaram antes da implementação das tarifas. A Suzano acumulou estoques em armazéns americanos para atender clientes, uma estratégia que Abreu considera adequada no momento.
Fonte: Invest News