Formada em História, Mônica Hauck, CEO e cofundadora da Sólides, nunca se viu trabalhando em uma sala de aula. Estudou em um curso voltado para humanidades, buscando compreender o mundo de alguma forma. Para uma trajetória empreendedora, porém, buscou especializações em gestão.
Conheceu o marido, Alessandro Garcia, pela internet – antes de isso ser comum – e, em 2010, abriu, ao lado dele, a Sólides, uma empresa de tecnologia especializada em gestão de pessoas focada em pequenas e médias empresas.
Mônica Hauck foi a convidada do podcast Do Zero ao Topo, do InfoMoney, apresentado pela jornalista Mariana Amaro.
A quebra antes dos cinco anos de operação
O início não foi fácil. Em meados de 2014, a empresa enfrentou um momento de quase falência. Com decisões equivocadas e falta de planejamento, a Sólides chegou a um ponto crítico.
A experiência – dolorosa – acabou sendo determinante para amadurecer o negócio e fortalecer a governança.
Segundo Mônica Hauck, o evento foi um marco importante porque, a partir dele, os empreendedores conseguiram compreender que precisavam de uma estrutura mais robusta para tocar o dia a dia, aliada a métodos e uma gestão mais detalhada.
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Reestruturação e consolidação
A reestruturação começou com a revisão completa do modelo de negócios e uma mudança na forma de encarar a empresa. Com o novo direcionamento, o empreendimento começou a ganhar tração. O crescimento acelerou, e a Sólides passou a ser reconhecida como uma HR Tech referência em gestão de talentos para PMEs.
Atualmente, a companhia atende 40 mil clientes. Este avanço, conta, só foi possível por conta de consistência, além de um planejamento detalhado.
Com o crescimento consolidado, o casal de sócios mira agora atingir uma receita bruta anual de R$ 1 bilhão até 2028. Hauck reconhece que a meta é desafiadora, mas possível. “É um mercado de duas milhões de empresas. Estamos apenas no começo.”
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Ela também falou sobre os desafios de empreender em casal e manter uma boa relação pessoal enquanto lidera uma empresa de grande porte. “Se eu tenho um sócio que é apenas meu sócio, em um momento difícil, de desentendimento, é muito mais fácil falar: ‘não quero mais, vamos embora’. Agora, no meu caso, eu tenho muito mais a perder: meu melhor amigo, o amor da minha vida, o pai dos meus filhos”, reforçou.
Neste contexto, complementou que a maturidade nas relações acaba fazendo muita diferença – tanto para a empresa quanto em casa. “Te faz não desistir, pensar mil vezes antes de soltar uma palavra errada.”
Fora do trabalho
Hauck mantém hábitos de disciplina e cuidados consigo mesma. Ela enfatiza a importância de cuidar da saúde – física e mental – como base para sustentar o ritmo de uma CEO. “Não é sobre intensidade, é sobre constância.”
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Ao longo da entrevista, ela refletiu ainda sobre o aprendizado contínuo e a importância da leitura de clássicos da literatura como fonte de visão humana e equilíbrio, essencial para liderar pessoas.
Fonte: Info Money