Presidente da Bancada do agro critica “julgamento de cartas marcadas” e diz que o Congresso trabalhará para votar a anistia
O deputado e presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), Pedro Lupion (PP-PR), afirmou, nesta 6ª feira (12.set.2025), que os congressistas bolsonaristas não aceitarão que o STF (Supremo Tribunal Federal) iguale o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o “coloque na mesma prateleira que o Lula, condenado por corrupção, por roubalheira, por malfeitos”
“Um julgamento de cartas marcadas por uma posição política em que o sistema tenta equivaler o presidente Bolsonaro ao atual presidente Lula. Esse, sim, condenado por corrupção, por roubalheira, por malfeitos e que foi descondenado. Tenta agora o sistema colocar o presidente Bolsonaro na mesma prateleira, colocando-o como um bandido como um criminoso e mais do que isso, tentando execrá-lo da vida pública […] Nós vamos trabalhar no Congresso Nacional o máximo que pudermos para votar a anistia e desfazer essa injustiça”, declarou no vídeo compartilhado nas redes sociais.
O deputado usou o voto do ministro Luiz Fux, do STF, que divergiu dos demais ministros e votou pela absolvição de Bolsonaro, para afirmar que a decisão da Corte precisa ser anulada por meio da anistia articulada no Congresso Nacional.
“Condenar um homem de 70 anos a uma pena de 27 anos é mandá-lo para a prisão perpétua […] Como mesmo disse o ministro Fux no seu voto, Bolsonaro foi julgado por quem não deveria julgar, na instância que não deveria estar e, principalmente, numa perseguição política implacável”, declarou.
Assista:
Condenar um homem de 70 anos a uma pena de 27 anos é mandá-lo para prisão perpétua.
Chega dessa perseguição a @jairbolsonaro . Precisamos, e vamos agir no Congresso Nacional.
Anistia já! pic.twitter.com/2hpP7cpKyJ
— Pedro Lupion (@pedro_lupion) September 12, 2025
SENTENÇA DE BOLSONARO
Por maioria, a 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) condenou nesta 5ª feira (11 set 2025) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar a tentativa de golpe de Estado em 2022. A pena deve ser cumprida inicialmente em regime fechado.
O ministro Luiz Fux, que votou para absolver Bolsonaro de todos os 5 crimes imputados pela PGR (Procuradoria Geral da República), disse que não seria coerente votar na dosimetria diante de sua manifestação sobre o réu. Os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin entenderam que o ex-presidente liderou a organização criminosa que tinha o objetivo de atentar contra o Estado Democrático de Direito, acolhendo todas as acusações da denúncia.
Bolsonaro também foi condenado a pagar 124 dias-multa, no valor de dois salários mínimos por dia.
Além de Bolsonaro, leia as penas dos demais réus:
- Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência): 16 anos, 1 mês e 15 dias; inicialmente, sob regime fechado.
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha: 24 anos de prisão; inicialmente, sob regime fechado.
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça: 24 anos de prisão; inicialmente, sob regime fechado.
- Augusto Heleno, ex-ministro de Segurança Institucional: 21 anos de prisão; inicialmente, sob regime fechado.
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência: 2 anos, em regime aberto, com restituição de bens apreendidos – recebeu os benefícios da delação premiada.
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa: 19 anos de prisão; inicialmente, sob regime fechado.
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil: 26 anos de prisão; inicialmente, sob regime fechado.
Fonte: Poder 360