O Senado norte-americano confirmou nesta segunda-feira (15) a indicação de Stephen Miran, escolhido pelo presidente Donald Trump, para integrar o conselho de governadores do Federal Reserve. A aprovação ocorreu por margem apertada, 48 a 47, e garante a participação de Miran já na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que começa nesta terça-feira (16) e deve avaliar um possível corte de juros.
Miran, que atualmente preside o Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, afirmou que se afastará sem remuneração da função para atuar no Fed. Ele, no entanto, não pretende renunciar ao cargo no governo, o que intensificou críticas de democratas e economistas sobre uma possível ameaça à independência do banco central.
O economista ocupará a vaga deixada por Adriana Kugler, que renunciou em agosto, e terá mandato até 31 de janeiro de 2026. Durante a sabatina no Senado, Miran indicou que, se fosse nomeado para um mandato mais longo, abriria mão do cargo na Casa Branca. No entanto, essa condição não se aplica à nomeação atual, de pouco mais de quatro meses.
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O contexto da confirmação de Miran aumenta a pressão política sobre o Fed. Trump tem defendido cortes mais agressivos nos juros, chegando a cobrar publicamente, em rede social, que o presidente do Fed, Jerome Powell, reduza as taxas “de forma imediata e significativa”. Miran, alinhado à visão do governo, pode se tornar uma voz a favor de cortes maiores dentro do colegiado.
A aprovação acontece em paralelo à tentativa de Trump de remover a governadora Lisa Cook, indicada por Joe Biden, do cargo no Fed. A Justiça, contudo, barrou a exoneração até o fim da reunião do FOMC, permitindo que Cook continue a participar das decisões. O episódio reforça o clima de tensão entre a Casa Branca e a autoridade monetária em um momento de definição crítica para a política de juros dos EUA.
Fonte: Info Money