O Sebrae marcou presença, na manhã desta quinta-feira,10, no Encontro da Pecuária de Corte do Nordeste (Encorte), realizado na sede da Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe (AEASE). Durante o evento, foi apresentado um projeto de pesquisa inédito que mapeia, com o apoio da instituição, o setor da bovinocultura nos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
A superintendente do Sebrae, Priscila Felizola, destacou a importância da iniciativa para transformar dados em ferramentas estratégicas para o produtor.
“Colocamos inteligência de mercado na linha de frente do campo. Quando transformamos dados brutos em estratégia, damos ao produtor as coordenadas exatas para crescer com rentabilidade e sustentabilidade”, afirmou Priscila. “O Sebrae se mantém como parceiro estratégico de quem busca desenvolvimento, guiando cada passo da jornada empreendedora e do crescimento econômico do nosso estado”, completou.
Diagnóstico da cadeia produtiva
A pesquisa foi conduzida pela empresa Start Soluções, por meio do seu diretor técnico Marcelo Araújo. A equipe percorreu propriedades nos três estados nordestinos com o objetivo de compreender o cenário da pecuária de corte na região e identificar gargalos e oportunidades para o setor.
Segundo Marcelo, havia pouca clareza sobre o estágio atual da atividade na região.
“A partir deste mapeamento poderemos gerenciar e melhorar os resultados da pecuária de corte. É o primeiro passo para explorarmos toda a sua potencialidade. E isso vai ao encontro da missão do Sebrae, que é promover o desenvolvimento dos pequenos e médios empresários do setor”, explicou.
O levantamento analisou as propriedades a partir de cinco pilares: pastagem, rebanho, gestão, bem-estar animal e sustentabilidade, observando a adoção de técnicas agronômicas, zootécnicas e gerenciais. O objetivo foi entender a interação entre produção pecuária e a cadeia de industrialização da carne, além de potencializar as fases de cria, recria e engorda.
Dados revelam cenário promissor e desafios
O analista técnico do Sebrae, Luiz Machado, destacou a importância da tomada de decisão baseada em dados:
“Quem decide com base em números é mais assertivo. Esses dados revelam gargalos e oportunidades que serão foco de atuação dos nossos projetos. Já temos um trabalho sólido na área de melhoramento genético e sistema rotacionado, mas com esses dados podemos acompanhar melhor a cadeia de corte, que cresce muito a cada dia”, explicou.
Entre os principais números apresentados:
Área mapeada: 11.132 hectares
Cabeças de gado: 12.779
Diversificação: 40% das propriedades também cultivam milho, eucalipto, cana-de-açúcar ou produzem leite
Assistência técnica: 56% das fazendas contam com orientação técnica em tempo integral
Mão de obra qualificada: 48,8%
Aderência ao calendário sanitário: 97,6% seguem protocolos de vacinação e controle de parasitas
Oportunidades e gargalos do setor
A análise identificou espaços para melhorias no crescimento do rebanho por meio de estratégias de manejo de pasto, nutrição e aumento da lotação animal. Além disso, o estudo aponta que a profissionalização da cadeia e a redução do abate informal são caminhos para melhorar os resultados financeiros das propriedades.
Por outro lado, dados levantados sinalizaram os desafios que comprometem a produtividade, como: baixa oferta de capacitação técnica; falta de anotações e controle de metas; pequena área de pastagem, exigindo maior eficiência produtiva.
Com os dados em mãos, o Sebrae e os produtores da região agora têm um panorama mais claro do setor e poderão traçar estratégias para fortalecer a bovinocultura na região.
–
Fonte: SEBRAE
