O balanço da saúde suplementar referente ao segundo trimestre de 2025 mostra sinais de recuperação após quase três anos de margens negativas, mas também evidencia fragilidades persistentes.
Os dados, divulgados pela FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), indicam que o setor ainda enfrenta desafios estruturais e depende da retomada da economia para consolidar um crescimento sustentável.
O resultado operacional das operadoras caiu de R$ 4,8 bilhões no primeiro trimestre para R$ 2,2 bilhões no segundo, menos da metade do registrado anteriormente. Ao mesmo tempo, aumentou o número de empresas em situação deficitária: 262 operadoras apresentaram resultado negativo, o equivalente a 33% do total. A sinistralidade também avançou, passando de 79,2% para 83%, reflexo da elevação dos custos assistenciais.
De acordo com Bruno Sobral, diretor-executivo da FenaSaúde, a melhora recente reflete ajustes feitos pelas operadoras durante o período prolongado de margens negativas, incluindo revisão de preços, combate a fraudes e racionalização de recursos.
No entanto, ele alerta que a recuperação plena depende da retomada do mercado de trabalho formal, já que a maioria dos planos é contratada por meio de empresas.
O setor atende atualmente cerca de 53 milhões de brasileiros e movimenta uma cadeia extensa de prestadores de serviços, desempenhando papel relevante como complemento ao sistema público de saúde.
Ainda assim, segundo a federação, a estagnação do crescimento nos últimos dez anos e o peso dos custos assistenciais seguem como entraves à sustentabilidade de longo prazo.