Santas Casas lideram atendimentos de alta complexidade no SUS paulista

Em 15 de agosto, Dia Nacional das Santas Casas, celebra-se a contribuição fundamental dessas instituições para a saúde pública brasileira. Em São Paulo, as entidades filantrópicas mantêm posição de destaque no sistema de saúde, apesar dos desafios enfrentados. Segundo levantamento da Numb3rs Analytics, o estado conta com 407 hospitais filantrópicos em operação, superando tanto unidades públicas (319) quanto privadas (373).

A relevância dessas instituições é ainda mais evidente quando analisamos a oferta de leitos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). As Santas Casas disponibilizam mais de 133 mil leitos, enquanto a rede privada oferece pouco mais de 25 mil. No campo dos procedimentos de alta complexidade, os números são expressivos: somente em 2024, foram realizados mais de 142 mil atendimentos oncológicos e aproximadamente 80 mil cardiovasculares em hospitais filantrópicos paulistas.

Um dado que reforça a importância dessas instituições é que, em 142 municípios do estado, as Santas Casas representam a única opção de atendimento hospitalar disponível para a população local, evidenciando seu papel essencial na garantia do acesso à saúde.

Desafios financeiros e avanços na remuneração

Apesar da expressiva contribuição ao sistema de saúde, as Santas Casas enfrentam significativos obstáculos financeiros. Edson Rogatti, presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), destaca que o subfinanciamento da saúde pública constitui o principal desafio para a manutenção adequada dos serviços.

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Nesse contexto, a Tabela SUS Paulista, implementada pelo governador Tarcísio de Freitas e pelo secretário de Saúde do Estado, Eleuses Paiva, representa um avanço significativo. Até julho, os repasses a Santas Casas e entidades filantrópicas conveniadas ao SUS atingiram aproximadamente R$ 6 bilhões, beneficiando 800 instituições com remunerações até cinco vezes superiores às da tabela nacional.

“A Tabela SUS Paulista tem permitido a retomada de fôlego financeiro por parte das instituições, garantindo mais segurança na gestão e, principalmente, continuidade no atendimento à população”, afirma Rogatti.

Os reajustes são estabelecidos mediante análise comparativa entre os valores pagos pelo Ministério da Saúde e os preços praticados no mercado. Como exemplo, o parto normal, que na tabela federal é remunerado em R$ 443,40, passou a R$ 2.217 no estado, representando um aumento de 400%. A colecistectomia (remoção da vesícula biliar), anteriormente fixada em R$ 996,34 pela tabela nacional, agora é remunerada em R$ 4.483,53, um acréscimo de 350%.

“Esse modelo precisa servir de exemplo para o restante do país. É fundamental avançar com uma política de financiamento que corrija as distorções históricas da tabela SUS e assegure recursos compatíveis com a complexidade e os custos reais da assistência, especialmente para as entidades filantrópicas, que sustentam a maior parte dos atendimentos hospitalares no SUS”, conclui o presidente da Fehosp.

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Fonte: Saúde Business

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