Roubo de salário? Ação coletiva nos EUA acusa Tesla, de Elon Musk, de discriminar americanos em preferência a estrangeiros

A Tesla, empresa de veículos elétricos liderada pelo bilionário Elon Musk, foi acusada em uma ação judicial nesta sexta-feira (12) de favorecer portadores do visto H-1B, voltado a estrangeiros, em detrimento de nascidos nos Estados Unidos para decisões de emprego. O motivo: poder pagar menos.

De acordo com uma proposta de ação coletiva apresentada no tribunal federal de San Francisco, a Tesla viola a lei federal de direitos civis por meio de sua “preferência sistemática” para contratar estrangeiros e demitir cidadãos americanos em taxas desproporcionais em comparação com portadores de visto.

A ação afirma que a Tesla depende de portadores de vistos H-1B para trabalhadores qualificados, inclusive em 2024, quando contratou cerca de 1.355 portadores de visto e demitiu mais de 6.000 trabalhadores no país: “a grande maioria” que se acredita ser formada por cidadãos americanos.

Procurada pela Reuters, a Tesla, sediada em Austin, no Texas, não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.

A ação foi movida pelo engenheiro de software Scott Taub e pela especialista em recursos humanos Sofia Brander, que disseram que a Tesla se recusou a contratá-los depois de ter indícios que ambos seriam cidadãos americanos.

Taub disse que foi dissuadido de procurar um emprego depois de ser informado de que era “somente para [portadores do visto] H1B” e não foi convidado para uma entrevista para um segundo emprego. Brander disse que a Tesla não a entrevistou para dois empregos, embora ela tenha sido funcionária contratada duas vezes.

“Embora os trabalhadores com visto representem apenas uma fração do mercado de trabalho dos Estados Unidos, a Tesla prefere contratar esses candidatos em vez de cidadãos americanos, pois pode pagar aos funcionários dependentes de visto menos do que aos funcionários americanos que realizam o mesmo trabalho, uma prática no setor conhecida como ‘roubo de salário’”, diz a denúncia.

A queixa desta sexta-feira citava uma postagem de 27 de dezembro de 2024 na rede social X (antigo Twitter), de Musk, um cidadão naturalizado que nasceu e foi criado na África do Sul e teve um visto H-1B.

“A razão de eu estar nos Estados Unidos, juntamente com tantas pessoas importantes que construíram a SpaceX, a Tesla e centenas de outras empresas que tornaram os Estados Unidos fortes, é por causa do H-1B”, escreveu Musk.

Não está claro como os autores da ação planejam demonstrar a suposta discriminação sistêmica da Tesla em contratações e demissões em massa.

Daniel Kotchen, advogado dos autores da ação, não quis fazer comentários adicionais.

A ação judicial busca indenização para todos os cidadãos americanos que se candidataram a empregos na Tesla nos Estados Unidos e não foram contratados, ou que trabalharam para a Tesla no país e foram demitidos.

Fonte: Invest News

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