privatização se dá “ao longo do tempo”, e exige paciência dos acionistas

A privatização de uma empresa é um processo contínuo que exige paciência e orientação estratégica profunda, afirma Ivan Monteiro, CEO da Eletrobras (ELET3), empresa que foi privatizada em 2022. Isso porque contratos assinados antes da privatização não se extinguem com a nova configuração jurídica da empresa, o que significa que a privatização “vai se dar ao longo do tempo”.

“No dia seguinte à privatização, [você tem] na sua mesa, 300 contratos legados. E esses contratos não foram privatizados. Eles são contratos que foram assinados pela empresa, têm que esperar o seu vencimento”, explicou. “Eu fico muito satisfeito com os acionistas que nós temos hoje, porque são acionistas pacientes”, afirmou.

A declaração de Monteiro foi dada durante um painel que debateu o setor de infraestrutura do Brasil, em um evento promovido pelo Itaú BBA nesta segunda-feira (29).

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Multiplicação de investimentos

A privatização impulsionou a Eletrobras a uma nova era de gestão, segundo Monteiro, com foco primordial na eficiência operacional. De acordo com o CEO, pela primeira vez a empresa passou a focar na orientação ao cliente. A empresa, que antes não lidava diretamente com o consumidor final, agora precisa se voltar a ele devido à abertura do mercado de energia.

Essa mudança de paradigma, de acordo com o CEO, foi fundamental para a sustentabilidade e competitividade da companhia, o que se manifestou na multiplicação dos investimentos, passando de um patamar de cerca de R$ 2 bi a R$ 2,5 bi para cerca de R$ 10 bi neste ano.

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Esses investimentos são direcionados principalmente para a melhoria da confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos, garantindo que a Eletrobras, responsável por 40% da transmissão e 22% da geração do Brasil, continue a ser um pilar da segurança energética nacional. “Se a gente errar, alguém fica sem energia”, afirmou Monteiro.

Acordos para resolver passivos

Além disso, a nova gestão tem se dedicado a resolver passivos, como o “empréstimo compulsório”, que representava R$ 24 bilhões no balanço e foi reduzido para R$ 12 bilhões.

Essa redução foi alcançada através de uma mudança de orientação jurídica, priorizando acordos em vez de litígios prolongados, segundo Monteiro.

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A Eletrobras também tem se engajado ativamente na discussão sobre a atualização do marco regulatório do setor elétrico, que precisa se adaptar à crescente participação de energias renováveis e à geração distribuída, buscando um gerenciamento que priorize a confiabilidade dos equipamentos e a previsibilidade climática.

Fonte: Info Money

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