Segundo o produtor Win Rosenfeld, da Monkeypaw Productions, “O termo ‘Ele’ tornou-se parte do zeitgeist americano atual”. Ele explica que a expressão traduz a ideia de alguém “tão transcendente, tão brilhante que nem precisamos usar seu nome”. Rosenfeld acrescenta que grande parte da cultura atual está centrada em heróis, atletas e celebridades que alcançam essa condição de entidade singular. “Mas o termo também faz alusões bíblicas e mitológicas interessantes, e ‘GOAT’ toca intencionalmente nessas redes de alusões. De certa forma, o futebol americano se tornou uma espécie de espiritualidade americana”.
A análise surge no contexto em que “GOAT” explora justamente esses conceitos de idolatria, excelência e os sacrifícios necessários para alcançar o status de lenda em diferentes áreas.
O diretor Justin Tipping definiu a produção como uma crítica contundente à cultura dos esportes de massa e às demandas excessivas impostas aos atletas. “O futebol americano é horror corporal”, afirmou Tipping. “Para mim, esta é uma história sobre o que acontece quando o atleta se torna mercadoria, somente um corpo quente em movimento para instituições que só existem para gerar lucro.”
Com muito sangue e cenas aflitivas, o filme mergulha nas facetas mais obscuras do esporte profissional, construindo uma versão fantasmagórica desse universo. A trama explora como os sacrifícios necessários para alcançar a excelência e o status de lenda não são apenas metafóricos, mas assumem consequências literais e aterrorizantes.
A produção busca investigar as raízes ancestrais da obsessão contemporânea por entretenimento. Como questiona Peele: “Por que colocamos as pessoas em linha e as fazemos fingir que vão para a guerra? Há algo sobre ver os melhores espécimes masculinos lutarem até a morte, um tipo de horror muito humano – e o mais louco de tudo isso é que é divertido!”.
Fonte: UOL