A Polônia invocou o Artigo 4 do tratado da OTAN na quarta-feira (10), após os caças da aliança abaterem drones russos que entraram em seu espaço aéreo nas primeiras horas da manhã. Drones russos já haviam cruzado para a Polônia antes, inclusive duas vezes na semana passada, mas esta foi a primeira vez que drones russos foram abatidos sobre o território de um país membro da OTAN.
“O que está claro é que a violação da noite passada não é um incidente isolado”, disse Mark Rutte, secretário-geral da OTAN. “Vamos monitorar de perto a situação ao longo da nossa retaguarda oriental, com nossas defesas aéreas continuamente em prontidão.”
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Aqui está o que você precisa saber sobre o Artigo 4 da OTAN.
O que é a OTAN?
A OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, é uma aliança de defesa mútua criada após a Segunda Guerra Mundial pelos Estados Unidos, Canadá e 10 países europeus. A principal disposição da aliança, o Artigo 5, refere-se ao compromisso de tratar um ataque a um membro como um ataque a todos. Quando a OTAN foi criada, o Artigo 5 colocou a Europa Ocidental sob proteção dos EUA, enquanto a União Soviética consolidava seu domínio sobre a Europa Central e Oriental.
Desde a fundação da OTAN, 20 outros países europeus aderiram: Albânia, Bulgária, Croácia, República Tcheca, Estônia, Finlândia, Alemanha, Grécia, Hungria, Letônia, Lituânia, Montenegro, Macedônia do Norte, Polônia, Turquia, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha e Suécia. Atualmente, são 32 membros no total.
O que é o Artigo 4?
O Artigo 4 permite que um Estado-membro inicie uma discussão formal na aliança sobre ameaças à sua segurança. Embora a invocação do Artigo 4 não obrigue a OTAN a qualquer ação militar, é um passo necessário para uma decisão da OTAN de invocar o Artigo 5. (A invocação do Artigo 5 é frequentemente associada a implicações militares, mas o tratado da OTAN diz apenas que seus membros “auxiliarão” a parte atacada, o que pode incluir ações econômicas ou políticas.)
O Artigo 4 estabelece que os membros da aliança “consultar-se-ão sempre que, na opinião de qualquer um deles, a integridade territorial, independência política ou segurança de qualquer das partes estiver ameaçada.”
Desde a fundação da OTAN em 1949, o Artigo 4 foi invocado oito vezes. Antes de quarta-feira, a última invocação foi em 24 de fevereiro de 2022, dia em que a Rússia lançou sua invasão em larga escala à Ucrânia.
O que a OTAN fará a seguir?
A resposta conjunta da OTAN na manhã de quarta-feira mostrou o quão rapidamente a guerra na Ucrânia poderia escalar para um confronto militar entre Rússia e OTAN.
Rutte disse que as defesas aéreas da aliança foram ativadas para garantir a proteção da Polônia. A resposta incluiu caças e sistemas de defesa aérea da Holanda, Alemanha e Itália, afirmou ele.
“A situação de segurança do nosso espaço aéreo foi estabilizada, e os sistemas de defesa aérea baseados em terra e de reconhecimento por radar retornaram às atividades operacionais padrão”, disse o exército polonês nas redes sociais.
Há quanto tempo a Polônia faz parte da OTAN?
A Polônia entrou para a OTAN em 1999. À medida que o país restabelecia a democracia após a queda da União Soviética, uma série de eventos aproximou a Polônia da aliança. A reunificação da Alemanha fez com que a Polônia compartilhasse uma fronteira com um membro da OTAN, e a formação do Grupo de Visegrado — uma aliança cultural e política que inclui Polônia, República Tcheca, Eslováquia e Hungria — deu a esses países mais influência em sua busca por maior integração com o Ocidente.
Hoje, a Polônia é um dos maiores gastadores em defesa da Europa em relação à renda nacional e lidera o esforço para que a Europa fortaleça suas capacidades militares.
Os drones foram enviados intencionalmente ou foi um acidente?
Não está claro se a Rússia buscou intencionalmente expandir o conflito. O Ministério da Defesa da Rússia disse que “não planejou” atingir alvos na Polônia e sugeriu que a Polônia estava fora do alcance de seus drones, o que não é verdade. A Bielorrússia, aliada próxima da Rússia, tentou minimizar o incidente. Seu chefe militar, general Pavel Muraveiko, sugeriu em um vídeo no Instagram que os drones que cruzaram para a Polônia “perderam o rumo devido à guerra eletrônica”, embora não tenha apresentado evidências.
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Fonte: Info Money
