Bloomberg Línea — A Petrobras (PETR3, PETR4) reportou um lucro líquido de R$ 26,7 bilhões no segundo trimestre, revertendo prejuízo de R$ 2,5 bilhões de um ano antes, conforme balanço divulgado na noite desta quinta-feira (7) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
No critério sem eventos exclusivos, o lucro líquido alcançou R$ 23,3 bilhões de abril a junho, uma queda de 17,2% na comparação anual.
A companhia informou que no segundo trimestre, os eventos exclusivos somaram R$ 5,2 bilhões em contribuição positiva. Entre os principais pontos que afetaram o resultado estão perdas e ganhos com variação cambial e despesas relacionadas à aprovação de um acordo relativo ao campo de Jubarte.
A companhia também anunciou nesta quinta-feira a aprovação de R$ 8,7 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) relacionados ao exercício do segundo trimestre.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 52,2 bilhões no trimestre, alta de 5,1% ano contra ano. No critério sem eventos exclusivos, houve queda de 7,1% na comparação anual, para R$ 57,9 bilhões.
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Já a receita de vendas alcançou R$ 119,1 bilhões de abril a junho, queda de 2,6% sobre o mesmo período de 2024.
A petroleira informou que, apesar da queda no preço do Brent, a companhia conseguiu mitigar o impacto na receita, em grande parte, devido ao aumento da produção de óleo e líquido de gás natural (LGN).
No período, a companhia registrou um Brent médio de US$ 67,82 por barril, ante US$ 84,84 obtido um ano antes.
“Tivemos uma excelente performance operacional no segundo trimestre, impulsionada pela implementação de novos sistemas de produção e por uma melhoria na eficiência dos campos em operação. Esses fatores nos permitiram aumentar o volume de óleo e gás, refletindo positivamente nos resultados financeiros e mitigando os impactos da queda no preço do Brent”, disse no documento o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da estatal, Fernando Melgarejo.
Investimentos e dívida
No trimestre, a companhia investiu US$ 3,7 bilhões no segmento de exploração e produção, com foco principalmente em desenvolvimento do polo pré-sal da Bacia de Santos; no pré e pós-sal da Bacia de Campos e investimentos exploratórios.
No total, a petroleira investiu US$ 4,3 bilhões no segundo trimestre do ano, um avanço de 30,6% ano contra ano.
A dívida bruta alcançou US$ 68 bilhões ao final de junho, ante US$ 59,6 bilhões no mesmo período do ano passado. Já a dívida líquida atingiu US$ 58,5 bilhões ao final de junho, ante US$ 46,1 bilhões um ano antes.
Segundo a companhia, o aumento da dívida bruta se deve principalmente às captações realizadas durante o período e o início da operação do FPSO (plataforma) afretado Alexandre de Gusmão (Mero 4).
Com isso, a alavancagem medida pela dívida líquida sobre o Ebitda ajustado ficou em 1,53 vez em 30 de junho deste ano.
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