Parceria entre Unit e Sebrae/SE fomenta empreendedorismo em pós-graduação | ASN Sergipe

Levar uma boa ideia do laboratório para o mundo real exige mais do que conhecimento técnico. Enxergar possibilidades de negócio, entender o valor de uma invenção e saber como colocá-la em prática são habilidades cada vez mais importantes para quem faz ciência. Para incentivar essa visão mais ampla nos seus alunos, a Universidade Tiradentes (Unit) oferece a disciplina “Propriedade Intelectual e Empreendedorismo Científico” no Programa de Pós-Graduação em Biociências e Saúde (PBS).

Com o objetivo de aproximar a formação acadêmica das demandas do mercado e estimular uma postura mais inovadora entre os alunos, a Unit firmou parceria com o Sebrae/SE. A colaboração levou à sala de aula uma abordagem prática sobre como transformar pesquisa em soluções aplicáveis no dia a dia. A proposta é preparar mestres e doutores para um cenário que vai muito além da academia, incentivando a criação de negócios, a geração de emprego e o uso do conhecimento científico como motor de transformação.

A ideia de uma parceria surgiu de um contato prévio entre o Sebrae e o professor do PBS, Heriberto Anjos. Ele já havia atuado com o Sebrae em projetos voltados para a graduação e, a partir dessa experiência, enxergou a possibilidade de aplicar uma metodologia na pós-graduação. Heriberto destaca que, apesar da disciplina já ter um caráter prático, com os alunos desenvolvendo pitches e modelos de negócio, sentiu a necessidade de ir além. “A gente fala tanto em inovação e empreendedorismo, mas muitas vezes continua aplicando as mesmas metodologias em sala de aula. Queríamos inovar na prática pedagógica, facilitando o processo de ensino-aprendizagem e tornando os estudantes mais ativos nesse processo”, afirma.

Do teórico ao prático

A disciplina foi desenvolvida com base em projetos, estimulando o protagonismo dos estudantes e a aplicação prática do conhecimento científico. Essa mudança de foco foi um momento de virar a chave para muitos alunos, que passaram a enxergar suas pesquisas não apenas como um trabalho acadêmico, mas como um potencial negócio. “O diferencial foi a ‘mão na massa’. Essa foi uma oportunidade para os alunos perceberem que suas pesquisas não precisam se limitar à bancada ou à tese. Elas podem virar soluções, produtos, negócios”, destaca Heriberto.

Ao todo, cerca de 30 alunos participaram da edição realizada com o Sebrae. “Essa iniciativa representa um marco. O Sebrae, que além do caráter educativo, tem um papel técnico e muita credibilidade. Com essa parceria, estamos ajudando a formar nossos alunos de forma mais ampla. Foi, de fato, uma inovação dentro do programa e esperamos que outras disciplinas, com outras temáticas, possam também interagir com outras instituições”, pontua.

De acordo com Lucas Lima, analista da Unidade de Cultura Empreendedora, essa foi a primeira vez que o Sebrae atuou diretamente no ensino de pós-graduação. Na disciplina, a instituição foi responsável por três módulos fundamentais para quem deseja tirar uma ideia do papel e transformá-la em negócio: Pitch, Modelo de Negócio e Plano de Negócios. As atividades foram conduzidas com foco em deeptechs, startups de base científica e tecnológica. Para Lucas, a experiência foi tão desafiadora quanto enriquecedora, especialmente por permitir uma atuação direta com os alunos, diferente do formato tradicional de capacitação voltado apenas aos professores.

“No âmbito do Programa de Educação Empreendedora do Sebrae, o valor está no desenvolvimento de competências que antes não eram exploradas, como as competências empreendedoras. Já no âmbito do Sebrae Startups, essa atuação representa uma etapa de ideação e até pré-aceleração de possíveis startups científicas, ou seja, negócios originados a partir de descobertas científicas ou inovações tecnológicas genuínas, que envolvem riscos científicos para que o produto funcione”, explica.

Modelo que pode ganhar escala

A disciplina já é considerada um projeto piloto, com planos de continuidade e replicação. Heriberto Anjos destaca que a experiência será avaliada para aprimorar o conteúdo nas próximas turmas. “Acredito que essa iniciativa possa se transformar em um grande modelo acadêmico, integrando o empreendedorismo à formação científica, o que já é, na minha opinião, uma boa prática”, compartilha Heriberto.

Do lado do Sebrae, a ideia também é seguir ampliando o impacto. “Nosso objetivo é consolidar o Sebrae como uma referência entre estudantes, professores e cientistas. Esperamos fortalecer a cultura empreendedora no ambiente acadêmico, estimular a geração de tecnologias com aplicação no mercado e ampliar as conexões entre ciência, setor produtivo e sociedade. Ao promover esse ecossistema de inovação colaborativa, contribuímos para o desenvolvimento sustentável e para a competitividade do país”, finaliza Lucas.

Fonte: SEBRAE

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