Ibovespa abre em alta nesta quarta-feira, 19 (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
O Ibovespa (IBOV) seguia em baixa nesta sexta-feira (20), no primeiro pregão após a decisão do Banco Central de elevar a Selic a 15% e do Federal Reserve de manter os juros entre 4,25% e 4,50%
Por volta das 13h30, o Ibovespa recuava 0,9%, aos 137,4 mil pontos, com a influência de ações mais sensíveis ao ciclo econômico, como varejistas e bancos – mais cedo, o índice chegou a perder o nível dos 137 mil pontos.
Magazine Luiza (MGLU3) tinha queda de 3%, Vamos (VAMO3) caía 4,75%, Assaí (ASAI3) recuava 2,54%, MRV (MRVE3) caía 2,88% e Azzas 2154 (AZZA3) operava em queda de 2,49%.
Enquanto isso, os juros futuros operavam em alta diante do tom duro do comunicado do Copom.
A ação da Vale (VALE3) era outro destaque negativo, com baixa de 1,5%, mesmo com a alta do minério de ferro.
O dia também é de vencimento de opções sobre ações na Bolsa, o que tende a gerar mais volatilidade, lembram analistas.
O Ibovespa ainda era impactado por uma piora dos índices norte-americanos: o Nasdaq caía 0,44%, o S&P recuava 0,17% e o Dow Jones tinha baixa de 0,12%.
Segundo o Wall Street Journal, um funcionário dos Estados Unidos comunicou a grandes fabricantes globais de semicondutores a intenção de revogar as isenções que permitem o acesso à tecnologia americana na China — medida que, segundo fontes próximas, pode intensificar as tensões comerciais, disse o jornal.
Ainda no cenário externo, o conflito entre Israel e Irã permanece no radar, uma vez que não há sinal de recuo de qualquer um dos lados. Mas o fato de a Casa Branca evitar uma decisão sobre o envolvimento dos EUA na guerra evitava nova escalada.
O dólar subia em linha com o fortalecimento externo da moeda ante emergentes. A moeda era negociada a R$ 5,50 (+0,19%) por volta das 13h30.
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O que disse o BC
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou na noite da quarta-feira uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros do país, o sétimo aumento seguido, contrariando parte das expectativas no mercado de manutenção da Selic.
No comunicado sobre a decisão, o BC destacou que antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros, considerando que a taxa deve permanecer inalterada por “período bastante prolongado”.
Mas acrescentou que a interrupção do ciclo será feita se confirmado o cenário esperado, ponderando que não hesitará em elevar a Selic novamente se necessário.
“O Copom surpreendeu parte do mercado ao elevar a Selic para 15% a.a., num movimento que reforça a postura mais firme do Banco Central diante de pressões inflacionárias”, afirmou a equipe da Genial Investimentos.
“O tom do comunicado foi mais duro que o esperado, e o mercado já começa a recalibrar apostas para os próximos passos da política monetária“, acrescentou, em email enviado a clientes nesta sexta-feira.
*Com informações da Reuters