Entrar na Hospitalar é como mergulhar em uma cidade inovadora efervescente erguida por quatro dias: corredores pulsando em todas as direções, vozes em dezenas de idiomas e um mar de estandes que disputam olhares com tecnologias avançadas. Em 2025 foram mais de 85.000 visitas de profissionais e 1.272 marcas expositoras, vindas de 30 países. Além do impacto econômico, há um valor igualmente poderoso sendo gerado ali: comunicação estratégica que chega ao paciente em forma de um cuidado mais efetivo e mais humano, com tecnologia e segurança.
Posicionamento é estratégia
Em um hospital, a confiança salva vidas. Na feira, a confiança fecha parcerias. A conexão entre esses dois mundos é a comunicação, em todas as suas possibilidades. O estande é o porta-voz físico da marca: cores, layout, interações e até o uniforme da equipe conta uma história. Quem investe em narrativas autênticas ganha capital reputacional, moeda que se converte em portas abertas com diferentes players do setor saúde.
Observar estandes bem-sucedidos revela padrões comunicacionais claros. Primeiro, coerência temática: se a marca fala de humanização, o espaço convida à conversa, tem áreas de descanso e linguagem acessível; se defende alta precisão diagnóstica, exibe painéis de dados em tempo real e demonstrações ao vivo. Segundo, roteiro de interação: times treinados para identificar perfis (gestor, distribuidor, investidor, engenheiro clínico) e adaptar o discurso. Terceiro, amplificação digital: lives, posts e vídeos gerados ali multiplicam a audiência para pessoas que não estão ali presencialmente, demonstrando também que a Feira impacta o espaço digital para além do local físico em que é realizada.
A Hospitalar, além de conectar fornecedores com importantes players de hospitais, clínicas e laboratórios, também reúne uma audiência altamente qualificada para debater temas estratégicos e tendências emergentes do setor em diversas salas de congressos e arenas de conteúdo, totalizando em 2025 mais de 400 horas de palestras e painéis especializados. Nesse ambiente híbrido de negócio e ciência, nascem e se facilitam consensos: padrões de interoperabilidade, requisitos de cibersegurança, estratégias para atenção domiciliar. A mensagem que ganha tração na feira costuma ecoar depois em diretrizes de mercado, editais de inovação e políticas públicas, pautando também os diferentes congressos e eventos da área.
Onde o paciente entra nessa equação
“E o paciente?!”. A resposta está nas cadeias de valor encurtadas pela feira. Um sensor de monitoramento remoto, por exemplo, pode reduzir reinternações; uma plataforma de agendamento digital diminui filas; uma bomba de infusão inteligente evita erros de medicação. Quando fornecedores, hospitais e operadoras se encontram, os ciclos de negociação que poderiam levar meses têm uma otimização de prazo para dias. A consequência é que a inovação salta mais rápido do protótipo para o leito, chegando em quem precisa. E isso significa diagnósticos precoces, terapias mais seguras e jornadas de cuidado com maior qualidade.
A Feira Hospitalar é um megafone que potencializa narrativas, cria sinapses entre atores da saúde e encurta o caminho da inovação até a ponta assistencial. Marcas que entendem esse potencial comunicativo constroem pontes de confiança que atravessam o pavilhão, entram no hospital e chegam ao leito. Em um setor onde cada minuto conta e cada decisão impacta vidas, comunicar-se bem é parte do cuidado.
*Luciana Perdomo é Gerente de Marketing da Feira Hospitalar e J. Antônio Cirino é Diretor de Ensino e Desenvolvimento na Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde (Agir).
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