O melhor caminho para o PL-SE é Amorim?

A corrida pela presidência do Partido Liberal (PL) em Sergipe tem se transformado em um embate político de alta tensão, que reflete não apenas uma disputa interna por poder, mas também as complexas articulações e o futuro da direita no estado. De um lado, o experiente empresário Edvan Amorim, figura de peso no cenário econômico e político local, busca consolidar sua influência à frente da sigla. Do outro, o jovem e ascendente deputado federal Rodrigo Valadares tenta impor uma nova dinâmica, buscando o comando do partido a partir de seu mandato em Brasília.

O embate entre Amorim e Valadares é mais do que uma simples queda de braço. Ele simboliza um conflito geracional e de estratégias políticas. Edvan Amorim representa a ala mais tradicional, com laços estabelecidos e uma trajetória ligada ao setor produtivo e a alianças de longo prazo. Sua força reside em sua capacidade de articulação nos bastidores e em seu histórico de apoio a campanhas vitoriosas.

Já Rodrigo Valadares, com seu estilo mais aguerrido e midiático, representa mais um novo fôlego da direita em Sergipe. Ele capitaliza sua proximidade com a liderança nacional do partido, especialmente com o ex-presidente Jair Bolsonaro, e busca imprimir uma marca mais alinhada com os ideais bolsonaristas. Sua ascensão, marcada por uma forte presença nas redes sociais e um discurso direto e combativo, o coloca como uma liderança em ascensão, apenas isso, por enquanto.

O imbróglio atual, que envolve decisões de caráter nacional e disputas internas, coloca o PL em uma encruzilhada. A indefinição na liderança fragiliza o partido em um momento crucial, com as eleições municipais de 2024 se aproximando. A falta de um comando unificado pode dificultar a formação de chapas competitivas e comprometer a estratégia eleitoral da sigla em diversas cidades sergipanas.

Independentemente do desfecho dessa disputa, a forma como ela se desenrola revela as fissuras e os desafios que o PL enfrenta para se consolidar como uma força política coesa e influente em Sergipe. O partido, que emergiu como um dos principais palcos da direita brasileira, precisa urgentemente resolver seus conflitos internos para focar em seu objetivo principal: ampliar sua representatividade e projetar nomes competitivos para os próximos pleitos.

Afinal, a disputa eleitoral de 2026 será uma das mais difíceis no estado, o que vai exigir muita serenidade, competência e, sobretudo, pulso forte para se obter resultados importantes. A considerar as conquistas do PL sergipano nos últimos anos com Edvan Amorim na presidência, sem dúvida ter ele no comando da agremiação é garantia de mais peso político além dos prefeitos e parlamentares já conquistados. Sem dúvidas.

Isso porque não tem como não creditar a Edvan Amorim as eleições de seis prefeitos, incluindo aí a vitória histórica em Aracaju com Emília Corrêa, um deputado federal, deputados estaduais e vereadores em Aracaju. Somente isso já o coloca numa posição privilegiada a ponto de Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro pensarem no futuro da agremiação a partir do próximo ano e tomarem a decisão mais correta sobre quem deve ser o presidente do PL em Sergipe. Afinal, são eles quem decidem.

 

Por Toni Alcântara

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