Núcleo da inflação do consumo (PCE) nos EUA sobe 0,2% em maio, acima do esperado

O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,2% em maio na base de comparação mensal, segundo dados do Departamento de Comércio do país divulgados nesta sexta-feira (27). Na base de comparação anual, o avanço foi de 2,7%.

O resultado ficou levemente acima do projetado por analistas ouvidos pela Reuters, que aguardavam um avanço mensal de 0,1% e anual de 2,6% no núcleo do PCE, que exclui preços de alimentos e energia, que são mais voláteis.

Já o índice cheio subiu 0,1% na comparação mensal e 2,3% na comparação anual, em linha com o esperado.

Os gastos dos consumidores dos Estados Unidos tiveram queda inesperada em maio uma vez que diminuiu o impulso da compra preventiva de bens, como veículos automotores, antes da imposição de tarifas, enquanto o aumento mensal da inflação permaneceu moderado.

Os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica, caíram 0,1% no mês passado, após um ganho não revisado de 0,2% em abril, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam aumento de 0,1%.

As tarifas do presidente Donald Trump, que levaram as empresas e as famílias a antecipar importações e compras de produtos para evitar preços mais altos, confundiram o cenário econômico. Economistas alertaram que pode levar algum tempo para que as distorções relacionadas às tarifas sejam eliminadas dos dados.

Continua depois da publicidade

Um déficit recorde no comércio de mercadorias no primeiro trimestre, graças a um dilúvio de importações, foi responsável por grande parte do declínio de 0,5% no Produto Interno Bruto durante esse período.

Os gastos dos consumidores, por sua vez, também quase frearam no último trimestre, depois de terem sido impulsionados pela antecipação de compras de mercadorias. As famílias também gastaram menos em serviços no último trimestre, ajudando a restringir o crescimento dos gastos do consumidor a um ritmo de apenas 0,5%, a taxa mais lenta desde o segundo trimestre de 2020.

Esses dados potencialmente colocam os gastos em uma trajetória de crescimento lento no segundo trimestre.

Continua depois da publicidade

No entanto, é improvável que a combinação de gastos do consumidor e inflação fracos estimule o Federal Reserve a retomar o corte da taxa de juros em julho. O chair do Fed, Jerome Powell, disse a parlamentares nesta semana que o banco central dos EUA precisa de mais tempo para avaliar o impacto das tarifas sobre os preços antes de considerar um corte nos juros.

Economistas argumentam que os aumentos de preços permaneceram moderados porque as empresas ainda estão vendendo o estoque acumulado antes da entrada em vigor das tarifas. Eles preveem que a inflação comece a se recuperar, começando com os dados de preços ao consumidor de junho.

(com Reuters)

Fonte: Info Money

Compartilhe este artigo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *