negócios fundados por irmãos faturam milhões

As empresas familiares são um dos principais motores da economia global. No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas representam 90% das companhias e respondem por 75% das contratações. Além disso, 71% das médias empresas brasileiras são de controle familiar.

Nesta sexta-feira (5), no Dia dos Irmãos, a história de Gabriel, Thiago, Mariane e João Felipe Concon mostra como laços de sangue podem virar negócios bilionários. O quarteto transformou a Pizza Prime, uma pizzaria de bairro em São Paulo, na maior rede brasileira do setor. Hoje, com mais de 80 unidades espalhadas por 11 estados, a marca projeta faturamento de R$ 180 milhões até 2025.

“Desde o início, pensei em trazer minha família para perto, pois acreditava que juntos poderíamos construir algo sólido e duradouro”, afirma Gabriel Concon.

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Este é mais um dos exemplos de empresas de médio porte formadas por famílias, que, no Brasil, são responsáveis por uma grande fatia dos empregos e do PIB. “Quando a família é coesa e funcional, trabalhar junto é um prazer e pode ser ainda mais vantajoso do que em empresas não familiares”, afirma Elismar Álvares, professora associada da Fundação Dom Cabral (FDC) e curadora do Family Business, uma área especializada em famílias empresárias da instituição de ensino.

Receita de sucesso

Um bom exemplo de como negócios familiares podem dar certo vem da cozinha da Pizza Prime, criada e expandida pelos quatros irmãos Concon. Em 2001, Gabriel, com apenas 19 anos, comprou com o apoio do pai uma pequena pizzaria no bairro da Aclimação, em São Paulo. Quatro anos depois, ele abriu mais duas lojas, uma delas junto com o irmão Thiago. Em 2015, os demais irmãos passaram a integrar a gestão.

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Para Thiago, a união é hoje um dos pilares da marca. “Estar cercado de pessoas que compartilham os mesmos valores cria uma base sólida para enfrentar os altos e baixos. A união de sangue fortalece a resiliência do negócio, porque existe um propósito maior: perpetuar a marca como um legado familiar.”

Já o caçula, João Felipe, aponta a linha tênue entre relações pessoais e profissionais. “O desafio está em separar as questões pessoais das profissionais. Mas a grande vantagem é a confiança mútua. O vínculo familiar cria um senso de compromisso que vai além do contrato: sabemos que todos estão 100% engajados, não apenas pelo resultado financeiro, mas pela história que estamos construindo juntos”

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Laços de família

A Fundação Dom Cabral observa que a longevidade das empresas familiares vai muito além da estratégia financeira: depende do alinhamento entre família, patrimônio e empresa em um mesmo projeto de futuro. Segundo Elismar Álvares, abrir um negócio em família é desafiador, mas pode trazer ganhos únicos.

Para ela, os principais riscos estão ligados ao desafio de equilibrar a governança formal com a governança “nos bastidores”, marcada por relações pessoais. Ainda assim, os benefícios superam.

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“As empresas familiares prósperas e longevas que atravessam a terceira geração abraçam mudanças, profissionalizam sua gestão, cuidam da sucessão e tratam a empresa como legado, não apenas como fonte de renda”, conclui a professora.

Ainda de acordo com a Fundação Dom Cabral, CEOs de fora da família permanecem, em média, apenas dois anos no cargo. Já empresas familiares bem estruturadas conseguem atravessar gerações, com alguns casos chegando à terceira.

Priscila Aguiar atua hoje como CEO da rede Academia Gaviões. O negócio criado por seus pais há 17 anos, na capital paulista, hoje já ultrapassa 61 unidades em operação e segue com o objetivo de atingir 100 unidades até o final de 2025, além de presença internacional no Paraguai, com negociações em andamento nos Estados Unidos.

CEO Priscila Aguiar, no canto direito, com os pais Léo e Roseli (Foto: Divulgação)

“Desde cedo, meu pai já estava formando os sucessores dele e não herdeiros. Ainda adolescentes eu e meus irmãos já começamos a trabalhar na academia. Como filha mais velha sempre estive mais próxima do meu pai demandando e direcionando o que deveria ser feito. Hoje como CEO representante da família tenho essa função de integrar todos os setores e levar um direcionamento do que a família quer para Gaviões enquanto rede e agora também através dos franqueados”, afirma Priscila.

Fonte: Info Money

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