A pressão negativa se estende a outras mineradoras e siderúrgicas, que figuram entre as principais baixas do dia no Ibovespa (IBOV). (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)
As ações da Vale (VALE3) operaram em queda nesta quarta-feira (25), acompanhando o recuo do minério de ferro nas bolsas asiáticas. Perto do fechamento do mercado, os papéis recuavam 0,20%, a R$ 50,44. A ação chegou a recuar mais durante o dia, tocando na mínima de 1,62%.
O contrato da commodity recuou 0,43% na bolsa de Dalian, na China, movimento que reflete sinais de menor demanda e maior cautela do mercado internacional. Com isso, o desempenho do setor de mineração e siderurgia voltou a ser pressionado no pregão brasileiro.
A pressão negativa se estende a outras mineradoras e siderúrgicas, que figuram entre as principais baixas do dia no Ibovespa (IBOV).
No mesmo horário, a CSN (CSNA3) liderava as perdas do setor e figurava entre as maiores baixas do Ibovespa, com queda de 4,85%. A CSN Mineração (CMIN3) recuava 1,84%, Usiminas (USIM5) caía 4,52%, Gerdau (GGBR4) perdia 1,62% e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) tinha baixa de 2,02%.
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Estratégia ambiental da Vale (VALE3) avança no Pará
Apesar da pressão de curto prazo, a Vale informou hoje avanços em sua estratégia de descarbonização e redução do uso de recursos naturais nas operações de minério de ferro. Segundo executivos da companhia, a meta é eliminar totalmente o uso de água no processamento nas minas de Carajás até 2027, o maior complexo de mineração a céu aberto do mundo.
O processo a seco traz benefícios ambientais, elimina a geração de rejeitos e reduz a necessidade de novas barragens — além de simplificar a operação e reduzir custos no médio prazo, segundo a empresa.
Hoje, cerca de 90% do chamado Sistema Norte já opera sem uso de água, com destaque para as serras Sul e Leste, onde o processo já é 100% a seco. Na Serra Norte, seis das 17 linhas ainda utilizam água, mas serão convertidas até o fim de 2027. “Aí todo o Sistema Norte será 100% umidade natural”, disse Gildiney Sales, diretor do Corredor Norte da Vale.
Esse movimento é viabilizado pela alta qualidade das reservas de Carajás, com teor de ferro entre 62% e 68%, o que permite um modelo produtivo mais limpo e eficiente. O Sistema Norte respondeu por 177,5 milhões de toneladas de minério em 2024, mais da metade da produção total da Vale no ano passado (327,7 milhões de toneladas).
Além disso, o projeto Gelado, no Pará, prevê o reaproveitamento de rejeitos para aumentar a oferta de minério de alta qualidade, o que reforça a estratégia da mineradora de aliar competitividade, eficiência e sustentabilidade.