A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o bloco está disposto a continuar as negociações, mas que adotará contramedidas proporcionais caso as tarifas sejam implementadas. Segundo ela, a medida afetaria cadeias produtivas importantes para as economias de ambos os lados do Atlântico.
A posição foi reforçada por autoridades de países europeus. A ministra da Economia da Alemanha, Katherina Reiche, alertou para os impactos das tarifas sobre as exportações e sobre a atividade econômica global. O presidente da França, Emmanuel Macron, disse que a Comissão Europeia tem o papel de defender os interesses do bloco diante das novas pressões.
No México, a presidente Claudia Sheinbaum afirmou que confia na possibilidade de um acordo antes do prazo estipulado pelos EUA. Durante evento no estado de Sonora, ela declarou que o país tem colaborado com os esforços para conter o tráfico de drogas na região, mas ressaltou que a soberania mexicana não está em discussão.
Negociações e efeitos potenciais
As novas ameaças tarifárias dos Estados Unidos ocorrem após meses de negociações sem avanço para um acordo comercial abrangente com a União Europeia. A carta enviada à Comissão Europeia inclui a exigência de que o bloco elimine suas tarifas de importação para produtos americanos. Segundo Trump, essa seria uma forma de reduzir o déficit comercial com a UE, que chegou a US$ 235 bilhões em 2024.
As tarifas também foram justificadas por preocupações com segurança, como o combate ao tráfico de fentanil, citado nas cartas destinadas ao México e ao Canadá. No caso mexicano, Trump afirmou que o país ainda não conseguiu conter a atuação dos cartéis.
A União Europeia e os Estados Unidos mantêm uma das maiores relações comerciais do mundo, que inclui bens, serviços e investimentos. Estimativas do Banco Central Europeu indicam que uma tarifa de 20% sobre produtos europeus poderia reduzir em até 1 ponto percentual o crescimento da economia da zona do euro até 2027. A previsão não inclui os efeitos de uma tarifa de 30%, mas aponta impacto adicional sobre o consumo e a inflação.
O México, por sua vez, exporta mais de 80% de seus produtos para os Estados Unidos. Após a entrada em vigor do acordo USMCA (que substituiu o NAFTA), o país ultrapassou a China como principal parceiro comercial dos EUA em 2023.
*Com informações da Reuters
Fonte: Invest News
