“Meu negócio com ele é lícito e desvinculado da investigação do INSS”, diz NW sobre Camisotti

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Por Leandro Mazzini, editor da Coluna

As redes sociais do famoso advogado Nelson Wilians estão mais comedidas nos últimos dias, depois da operação de busca e apreensão da Polícia Federal na nova fase da operação Sem Desconto. Conhecido pela banca que criou – considerada por ele e colegas a maior do Brasil, com escritórios em todos os Estados – também ficou conhecido por postar no Instagram momentos de lazer e luxo com a família em passeios.

“Tenho convicção de que superaremos essa situação pela força da verdade e pela confiança de que a Justiça prevalecerá”, abre ele a conversa por Whatsapp com a Coluna, cravando que não tem envolvimento com nenhum esquema da ilegalidade de descontos de aposentados no INSS.

NW, como é conhecido, teve seu escritório e mansão em São Paulo alvos de busca e apreensão pela PF na última sexta-feira (12). Havia também um pedido de prisão pela PF, negado pelo ministro André Mendonça, do STF, por não constatar substancialidade para tal.

Wilians faz questão de repetir a palavra “investigado”. A presunção de inocência tão citada por ele para clientes agora é o vocabulário constante há dias. “É fundamental ressaltar que ser investigado não significa ser culpado. É preciso cautela e responsabilidade para evitar pré-julgamentos injustos”, argumenta.

Mas e as suspeitas e indícios de ligação financeira forte com o empresário Maurício Camisotti, preso pela PF e considerado mentor e dono de uma das associações que tungaram aposentados em centenas de milhões de reais? O advogado explica que a ligação dele com Camisotti é antiga, e tem negócios com ele.

“Em relação ao Sr. Maurício Camisotti, sou seu advogado há muitos anos, muito antes de ele vir a se envolver em qualquer negócio relacionado ao INSS. Além disso, já mantinha com ele relações profissionais e comerciais absolutamente legítimas, como operações de empréstimos realizadas em datas muito anteriores aos fatos atualmente investigados envolvendo o Sr. Maurício e o INSS. No que diz respeito aos supostos malfeitos que estão sendo investigados, reafirmo de forma categórica que não tenho absolutamente nenhuma participação ou ligação, direta ou indireta, com tais fatos”, diz NW.

Ele complementa , em sua defesa, o risco de criminalização da advocacia:

“É fundamental que as pessoas compreendam que a figura do advogado não se confunde com a de seus clientes. O exercício da advocacia pressupõe a defesa técnica, a orientação jurídica e a representação dentro dos limites da lei, mas jamais significa assumir, compartilhar ou endossar as condutas ou responsabilidades pessoais daqueles que são assistidos”.

Há também no inquérito da PF outras evidências de ligações financeiras milionárias de Wilians com o detido investigado no esquema do INSS. Como o já notório terreno ao lado da sua mansão em São Paulo, que comprou do empresário. A PF vê indícios de lavagem de dinheiro do esquema de Camisotti, no vaivém de transações financeiras mapeadas entre ele o advogado. Wilians explica:

“No que diz respeito em parte à aquisição do terreno ao lado da minha casa realizada em parceria com o Sr. Maurício Camisotti, trata-se de uma operação particular, ocorrida antes de sua entrada dele nos negócios envolvendo o INSS. Meu negócio com ele é totalmente desvinculada do objeto da investigação. É um negócio lícito e legítimo, e terei plena oportunidade de demonstrar isso no curso do processo”.

Por fim, Wilians, que tem recebido de público apoio de advogados e amigos, menciona sua trajetória. Lembra que tem 30 anos de advocacia, e que antes dos 30 já era considerado “um profissional próspero, fruto de dedicação e mérito”.

“Quem conhece minha trajetória de vida e de trabalho sabe que jamais seria capaz de praticar qualquer ato desonesto, muito menos algo que se vincule às gravíssimas fraudes investigadas envolvendo aposentados do INSS”, finaliza.

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