O preço do petróleo chegou a disparar mais de 5% com ameaça do Irã de fechar o Estreito de Ormuz, mas mercado controlou a ansiedade. (Imagem: iStock/MicroStockHub)
Os mercados já passaram por tantos altos e baixos nos últimos meses, que nada mais os abala. O que prometia ser uma manhã sangrenta nas bolsas, virou só mais um dia normal, com os investidores aguardando os próximos capítulos do conflito entre Estados Unidos e Irã.
No sábado à noite, os EUA entraram oficialmente na guerra entre Israel e Irã, atacando três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Isfahan. O presidente Donald Trump declarou que a ação visa impedir que o Irã avance em seu programa de armamento nuclear.
Em resposta, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que o país usará “todos os meios necessários” para se defender. Em publicação nas redes sociais, ele classificou os ataques como “ultrajantes” e prometeu que terão “consequências eternas”.
E a retaliação não ficou só nas palavras. Após os ataques dos EUA, três áreas em Israel foram atingidas por mísseis iranianos. Além disso, o parlamento do Irã aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, principal rota marítima para navios petroleiros no mundo e responsável por cerca de 30% do transporte global da commodity.
Essa jogada preocupou o mercado, que viu o preço do petróleo disparar mais de 5% e chegar nos US$ 80 o barril na madrugada desta segunda-feira (23). As projeções dos analistas são de que a commodity pode chegar aos US$ 100 em poucos dias.
No entanto, veio uma notícia que acalmou os ânimos: a decisão de fechar o Estreito de Ormuz está nas mãos do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã.
Nos últimos anos, a região de transporte marítimo tem sido ameaçada pelo Irã diversas vezes, mas sempre acaba ilesa. Não apenas porque o governo acaba chegando a uma negociação, mas também porque a economia iraniana depende do estreito para sobreviver.
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Internacional
Além da escalada da guerra, o mercado também acompanha o PMI composto na Ásia, Europa e Estados Unidos. Na zona do euro, o indicador se manteve em 50,2 pontos, sendo que o PMI de serviços apontou para estagnação com 50 pontos e o da Indústria também se manteve em 49,4 pontos.
Também estão previstas falas de diretores do Federal Reserve em eventos ao longo do dia. Serão os primeiros pronunciamentos após o banco central ir contra as pressões da Casa Branca e manter os juros em patamar elevado.
As bolsas asiáticas fecharam em alta. O mercado europeu opera misto, enquanto os futuros de Wall Street amanhecem no positivo.
Petróleo
O petróleo é negociado em alta nesta manhã, com o preço da commodity em torno dos US$ 75 o barril.
Criptomoedas
As criptomoedas sem direção definida nesta manhã, mas recuperando-se das perdas registradas na véspera. O bitcoin (BTC) opera nos US$ 105 mil, apresentando uma queda de 0,7%. Já o ethereum (ETH) está estável, sendo negociado nos US$ 2.250.
Brasil
Por aqui, a agenda de indicadores está esvaziada com destaque para o Relatório Focus. Será o primeiro após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no qual o Banco Central elevou a Selic para 15% ao ano. Até a semana passada, o Focus projetava uma pausa da taxa básica de juros em 14,75%.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, retorna de férias em meio ao cabo de guerra entre o Governo Federal e o Congresso. Tudo começou com a aprovação da urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que pede a derrubada do decreto do governo federal que trata do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Em seguida, os parlamentares derrubaram vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma série de itens incluídos durante a tramitação do projeto de lei que regulamenta as usinas eólicas em alto mar. As iniciativas poderiam ter um impacto para o consumidor, com o aumento na conta de energia.
Ibovespa
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) recuou 1,14%, a 137.141,19 pontos, de acordo com dados preliminares, chegando a 136.814,52 pontos no pior momento e marcando 138.719,09 pontos na máxima do dia.
A dinâmica também influenciou o dólar, que subiu 0,47%, aos R$ 5,5270. Na semana, porém, a moeda acumulou baixa de 0,26% e, no ano, recuo de 10,55%.
O iShares MSCI Brazil (EWZ), o principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, ainda não foi atualizado. O índice subiu 1,19% no after-market de sexta-feira (20), cotado a US$ 28,00.
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Agenda: Veja a programação para hoje
Indicadores econômicos
- 05h – Zona do euro – PMI composto
- 08h – Brasil – IPC-S
- 08h25 – Brasil – Relatório Focus
- 10h45 – EUA – PMI composto
- 11h – EUA – Vendas de moradias usadas
- 15h – Brasil – Balança comercial semanal
Agenda – Lula
- 09h – Reunião com Ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e Secretário de Imprensa da Secretaria de Comunicação Social, Laércio Portela
- 10h30 – Reunião com Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira
- 14h40 – Reunião com Secretário Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza
- 16h – Reunião com Ministro da Educação, Camilo Santana
Agenda – Fernando Haddad
- A agenda do ministro não foi divulgada
Agenda – Gabriel Galípolo
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta segunda-feira (23)
Bolsas asiáticas
- Tóquio/Nikkei: -0,01%
- Hong Kong/Hang Seng: +0,67%
- China/Xangai: +0,65%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- Londres/FTSE100: +0,06%
- Frankfurt/DAX: -0,26%
- Paris/CAC 40: -0,38%
Wall Street (mercado futuro)
- Nasdaq: +0,22%
- S&P 500: +0,22%
- Dow Jones: +0,12%
Commodities
- Petróleo/Brent: +0,79%, a US$ 76,10 o barril
- Petróleo/WTI: +0,80%, a US$ 74,43 o barril
- Minério de ferro: +0,50%, a US$ 98,21 a tonelada em Dalian
Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): -0,8%, a US$ 101.650
- Ethereum (ETH): Estável, a US$ 2.256,85
Boa segunda-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!