Daniele Barreto, uma médica de 47 anos, que enfrentava acusações de envolvimento na morte de seu cônjuge, o advogado criminalista José Lael, foi encontrada sem vida na cela do Presídio Feminino de Nossa Senhora do Socorro (Prefem), na tarde desta terça-feira (9). A trágica ocorrência foi confirmada tanto pela banca de advogados que a representava quanto pela Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa do Consumidor (Sejuc).
Um comunicado oficial emitido pela Sejuc detalha que o lamentável acontecimento se deu por volta das 16h20. O advogado da detenta havia chegado à unidade prisional para um atendimento, e, ao se dirigirem à cela, a equipe prisional se deparou com Daniele inconsciente, com um lençol ao redor do pescoço. O setor de saúde do presídio prontamente iniciou os procedimentos de socorro, acionando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que, ao chegar, atestou o falecimento no local.
Para a remoção do corpo e os exames periciais, o Instituto Médico Legal (IML) e o Instituto de Criminalística (IC) foram imediatamente chamados. A direção do Prefem instaurou um processo administrativo interno para apurar os fatos, enquanto a investigação do caso ficará a cargo da Polícia Civil.
Poucas horas antes, Daniele havia sido levada de volta ao Presídio Feminino. Sua saída temporária da clínica de repouso, onde estava internada desde 1º de setembro para tratamento, ocorreu para que pudesse participar de uma audiência de custódia no Fórum Gumersindo Bessa, localizado em Aracaju. Após a audiência, ela foi reconduzida à instituição carcerária.
A decisão de seu retorno à prisão se deu em cumprimento a um mandado do Supremo Tribunal Federal (STF), de 29 de agosto, que revogou a prisão domiciliar concedida à médica em maio. Naquela ocasião, a medida havia sido deferida pelo ministro Gilmar Mendes, após a defesa de Daniele apresentar evidências de um histórico de violência doméstica.
Anteriormente, a assessoria jurídica responsável pela defesa da médica havia comunicado que ela manifestava a intenção de dar prosseguimento ao tratamento que vinha realizando na clínica de repouso.
Entenda a Trama do Caso
Daniele Barreto era investigada como a suposta mandante do assassinato do advogado José Lael, crime que ocorreu em outubro de 2024, na capital sergipana. As apurações conduzidas pela Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) indicam que o homicídio foi planejado previamente e executado com o auxílio de Alvaci Feitoza Santos, amiga da acusada.
Segundo informações divulgadas pela SSP, a principal motivação para o delito residiria no receio de Daniele em relação a um possível processo de separação conjugal, que envolveria disputas patrimoniais e desconfianças de Lael sobre a conduta de sua esposa.
Por Toni Alcântara