O Grupo Adani planeja um investimento de capital entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões por ano nos próximos cinco anos, afirmou o bilionário Gautam Adani, em sua primeira aparição diante dos acionistas desde que o Departamento de Justiça dos EUA o indiciou em novembro.
O grupo, que atua em setores que vão de portos marítimos à geração de energia, terá um novo aeroporto começando a operar em um subúrbio de Mumbai ainda este ano, disse Adani aos acionistas na reunião anual da principal empresa do grupo, a Adani Enterprises Ltd., na terça-feira. O conglomerado também terá uma planta integrada de módulos solares de 10 GW em operação até o próximo ano fiscal, com a meta de alcançar 100 GW de capacidade combinada em energia térmica e renovável até 2030, acrescentou.
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O impulso de investimentos visa mostrar que os negócios estão se recuperando após o segundo grande escândalo que atingiu o grupo em dois anos. Adani, que tentou reconstruir a confiança dos investidores após a acusação de manipulação de ações e fraude contábil feita pela Hindenburg Research em 2023, enfrentou um novo revés no ano passado, quando promotores federais dos EUA o indiciaram, junto com seus auxiliares, por um esquema de suborno.
Embora o grupo negue que Adani ou seus auxiliares tenham tentado pagar mais de US$ 250 milhões em subornos a funcionários do governo indiano para obter contratos para a Adani Green Energy Ltd., as acusações tiveram repercussões globais.
O Quênia cancelou contratos no valor de US$ 2,6 bilhões para aeroportos e transmissão de energia após a divulgação do caso nos EUA, e Adani desistiu de um acordo de empréstimo com uma agência americana para financiar um terminal portuário no Sri Lanka. A TotalEnergies SE também suspendeu novos investimentos em sua parceria com a Adani, enquanto a unidade indiana do grupo decidiu sair da joint venture com a Wilmar International Ltd., vendendo suas ações ao parceiro singapurense.
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No entanto, nos últimos meses, especialmente após a posse do presidente Donald Trump em janeiro, o bilionário indiano tem retornado à rotina dos negócios. A unidade de aeroportos do grupo garantiu US$ 750 milhões em financiamento, com opção para mais US$ 250 milhões, de investidores liderados pela Apollo Global Management Inc. No início deste mês, o empresário viajou à China para se reunir com fabricantes de equipamentos industriais, possivelmente sua primeira viagem internacional desde o indiciamento nos EUA, sinal de confiança de que as acusações não pesam mais sobre ele.
Em discurso virtual aos acionistas, Adani reiterou que ninguém do Grupo Adani foi acusado de violar a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (Foreign Corrupt Practices Act – FCPA) nos EUA, interpretando isso como uma confirmação dos padrões de governança e conformidade do conglomerado.
Embora a investigação tenha envolvido a FCPA, as autoridades não aplicaram essa lei contra ele.
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Em vez disso, o Departamento de Justiça o acusou de fraude de valores mobiliários e conspiração para cometer fraude de valores mobiliários e fraude eletrônica. Os promotores afirmam que ele prometeu pagar US$ 250 milhões em subornos a autoridades regionais na Índia para garantir contratos de energia solar. Mas o caso deles e o processo da SEC baseiam-se na alegação de que ele enganou credores americanos ao afirmar falsamente que sua empresa estava em total conformidade com as leis anticorrupção.
Representantes do empresário indiano se reuniram com autoridades da administração Trump para tentar a retirada das acusações criminais contra ele e argumentam que sua perseguição não está alinhada com as prioridades do presidente dos EUA, informou a Bloomberg News no mês passado.
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Fonte: Info Money