O Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia apresentou uma nova tecnologia que combina inteligência artificial (IA) e metaverso clínico durante o 83º Curso Intensivo de Cardiologia, realizado nos dias 30 e 31 de maio. A solução busca transformar a prática médica no Brasil e foi demonstrada em uma simulação ao vivo. Durante a apresentação, médicos e especialistas acompanharam o uso da ferramenta em um caso clínico.
Na simulação, a IA analisou o histórico e os sinais clínicos de uma paciente em estado grave. Em seguida, sugeriu diagnósticos e condutas terapêuticas personalizadas, utilizando padrões aprendidos em milhares de casos semelhantes. A ferramenta processou as informações em tempo real, o que chamou a atenção dos profissionais presentes. Muitos destacaram o potencial da tecnologia para otimizar o atendimento médico e agilizar decisões clínicas.
A Tribe Assistant, empresa com uma rede de 2,6 milhões de médicos conectados, desenvolveu a solução. O projeto levou sete anos para ser concluído e contou com a participação do Dr. Luiz Dieckmann, Chief Artificial Intelligence Officer da Tribe, e do Dr. Roberto Botelho, presidente do Adib Jatene. Além disso, o cardiologista americano Dr. Mike Gibson organizou a base de dados da IA, utilizando registros clínicos do Instituto Dante Pazzanese.
Os desenvolvedores explicaram que a ferramenta não substitui o médico, mas amplia sua capacidade de análise e tomada de decisão. “A tecnologia foi projetada para ser empática e colaborativa, oferecendo suporte baseado em evidências”, afirmou o Dr. Dieckmann.
Impacto no atendimento e no SUS
O Instituto Dante Pazzanese realiza, em média, 2.000 atendimentos diários, o que totaliza cerca de 40 mil pacientes por mês e meio milhão por ano, todos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A nova tecnologia, segundo a instituição, reduz o tempo de consulta, otimiza processos e amplia a capacidade de atendimento.
A plataforma bipassistant, que já está em uso, auxilia médicos em decisões clínicas, diagnósticos e tarefas administrativas. Ela processa grandes volumes de informações rapidamente e sugere condutas baseadas em evidências científicas. Além disso, a ferramenta ajuda a reduzir erros e melhora a eficiência no atendimento.
O Dr. Roberto Botelho destacou que a integração da IA ao metaverso representa um avanço significativo. “Essa tecnologia abre caminho para uma medicina mais eficiente e acessível, com foco na segurança do paciente”, afirmou.
Desafios e perspectivas
Especialistas apontam que a implementação em larga escala ainda enfrenta desafios. Entre eles, estão a adaptação dos profissionais ao uso da ferramenta e a necessidade de garantir que os dados utilizados sejam representativos e seguros. Além disso, o custo de implementação e a infraestrutura necessária podem limitar a adoção em outras instituições.
O diretor do Instituto Dante Pazzanese, Dr. Fausto Feres, acredita que a solução facilita o trabalho dos médicos ao tornar a inteligência artificial mais acessível e prática. “A ferramenta contribui para diagnósticos mais precisos e tratamentos mais rápidos, o que beneficia diretamente os pacientes”, explicou.
Avanço tecnológico e saúde pública
A integração de IA ao metaverso clínico reflete uma tendência global de uso de tecnologias avançadas na medicina. No entanto, o impacto real dessas inovações dependerá de sua aplicação prática e de como elas serão incorporadas ao sistema de saúde.
O Instituto Dante Pazzanese, ao adotar essa tecnologia, explora novas possibilidades no atendimento médico. Apesar disso, o sucesso da iniciativa dependerá de sua capacidade de equilibrar inovação tecnológica com as demandas e limitações do sistema público de saúde.
Leia mais de Redação Saúde Business