Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) teve um dia de forte nesta quarta-feira (23) acompanhando o clima global de tomada de risco com o andamento de acordos comerciais envolvendo os Estados Unidos após a imposição de tarifas pelo presidente Donald Trump.
O principal índice da B3 subiu 0,99%, aos 135.368 pontos.
Já o dólar recuou 0,80%, cotado a R$ 5,52.
Fechamento 23/07/2025
O acordo dos EUA com o Japão definiu tarifas de 15% sobre as importações do país, incluindo automóveis – o maior componente do déficit comercial entre os dois países. Os EUA também firmaram um acordo com as Filipinas, estabelecendo uma tarifa de 19% sobre as exportações filipinas.
Há expectativa ainda de um acordo com a União Europeia para uma tarifa em torno de 15%, segundo diplomatas ouvidos pela Bloomberg News.
A notícia “reduz a incerteza sobre o cenário de comércio internacional”, segundo Marco Oviedo, estrategista-sênior de renda fixa da XP.
Os acordos contribuíram no tom positivo dos mercados globais: o S&P500 avançou 0,78%, o Dow Jones teve ganhos de 1,14% e o Nasdaq subiu 0,61%.
A expectativa dos investidores é que outros países consigam firmar acordos com os EUA antes do prazo limite de 1º de agosto estabelecido pelo presidente norte-americano Donald Trump.
Por outro lado, as tarifas de 50% sobre o Brasil seguem sem resolução no radar. O embaixador Philip Gough, do Brasil, criticou o uso crescente de tarifas como ferramenta de coerção política em discurso na Organização Mundial do Comércio (OMC).
“Tarifas arbitrárias, anunciadas e implementadas de forma caótica, estão desestruturando as cadeias globais de valor e correm o risco de lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação”, disse o embaixador em discurso nesta quarta-feira.
Weg (WEGE3) cai 8%
Investidores também estão atentos à temporada de balanços do segundo trimestre.
A Weg (WEGE3) foi a primeira a divulgar seus resultados na manhã desta quarta-feira e as ações recuaram 8%, ficando na lanterna do Ibovespa.
O lucro do segundo trimestre da companhia subiu 10,4% em base anual, para R$ 1,59 bilhão, mas ficou 2,8% abaixo do resultado do trimestre anterior.
O saldo veio abaixo do esperado pelo mercado. “A WEG apresentou um resultado fraco, influenciado, principalmente, pela fraca demanda no Brasil e pela desaceleração nos negócios internacionais”, escreveram os analistas da Ativa Investimentos em relatório.
– Com informações da Bloomberg News.
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