O Hospital Pró-Cardíaco, da Rede Américas, implementou novas tecnologias na área de diagnósticos cardiológicos. Com investimentos em inteligência artificial e equipamentos modernos, a instituição amplia sua capacidade diagnóstica e melhora a experiência dos pacientes, beneficiando especialmente aqueles com claustrofobia ou limitações físicas.
Inteligência Artificial reduz tempo de exames pela metade
A implementação de IA nos equipamentos de ressonância magnética representa uma das principais inovações do hospital. Segundo a Dra. Juliana Serafim, coordenadora do serviço de radiologia do Pró-Cardíaco, a tecnologia diminui drasticamente o tempo necessário para aquisição de imagens.
“Exames que antes demandavam entre 30 e 60 minutos agora podem ser realizados em apenas alguns minutos, uma redução de até 50% no tempo total”, explica a especialista. “Isso não apenas aumenta o conforto do paciente, mas também minimiza erros causados por movimentos involuntários, beneficiando especialmente pessoas inquietas ou com medo de ambientes fechados.”
A aplicação da IA é particularmente valiosa na análise de órgãos com movimento contínuo e rápido, como o coração. Os algoritmos avançados capturam essas estruturas de alta mobilidade com precisão inédita, resultando em imagens de qualidade superior mesmo em condições desafiadoras.
“Comparações entre imagens obtidas antes e depois da instalação da IA demonstram claramente o ganho de definição, inclusive em pacientes com acúmulo de líquidos ou massa corpórea elevada”, ressalta a Dra. Serafim.
Tecnologias complementares elevam padrão diagnóstico
Além da ressonância magnética potencializada por IA, o hospital incorporou um software que automatiza a mensuração de parâmetros da função cardíaca, tornando as análises mais precisas e detalhadas. O novo tomógrafo multislice de 160 cortes também integra o arsenal tecnológico, permitindo visualizações mais detalhadas de estruturas anatômicas e ajustando automaticamente a dose de radiação conforme o biotipo do paciente.
“Estruturas pequenas podem ser analisadas com alta definição, aspecto fundamental para avaliações cerebrais, cardíacas e de outras estruturas delicadas”, destaca a radiologista.
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Com investimento de R$ 4 milhões, o hospital adquiriu ainda o CZT D-SPECT Cardio, equipamento capaz de investigar doenças coronárias não detectadas por outros métodos diagnósticos. O Dr. Claudio Tinoco, coordenador de Medicina Nuclear, explica que a tecnologia visualiza a chegada do sangue ao coração e calcula a reserva de fluxo coronário de cada artéria.
“O CZT D-SPECT eleva significativamente as possibilidades de diagnóstico precoce de doenças silenciosas que, quando não identificadas adequadamente, podem representar risco iminente de infarto, arritmia, isquemia e até morte súbita”, alerta o especialista.
O equipamento apresenta ainda duas vantagens estruturais importantes: é aberto, eliminando a necessidade de sedativos para pacientes com claustrofobia, e suporta até 440 quilos, facilitando o atendimento a pessoas obesas sem comprometer segurança ou conforto.
Centro especializado para diagnóstico e tratamento de síncopes
Complementando a modernização tecnológica, o Pró-Cardíaco inaugurou o Centro de Síncope e Disautonomia, dedicado ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes com episódios de desmaio – condição que afeta cerca de 40% da população ao menos uma vez na vida, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
A Dra. Ana Inês Bronchtein, coordenadora do serviço, esclarece que as síncopes são caracterizadas por perdas transitórias de consciência causadas por redução momentânea do fluxo sanguíneo cerebral. “A síncope vasovagal, uma das causas mais comuns, está relacionada à queda súbita da pressão arterial e/ou dos batimentos cardíacos em resposta a gatilhos externos como calor, dor, emoção, medo ou estresse mental”, detalha.
Embora a maioria dos desmaios seja benigna e decorrente de reflexos do sistema nervoso autonômico, pacientes com histórico de doenças cardíacas merecem atenção especial. Nestes casos, as síncopes podem estar associadas a arritmias graves, exigindo investigação e intervenção imediatas devido ao elevado risco de morte.
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