Anualmente, os serviços de saúde no Brasil geram cerca de 250 mil toneladas de resíduos hospitalares, volume que cresceu de forma expressiva durante a pandemia de Covid-19. Embora existam legislações específicas sobre o descarte correto desses materiais, ainda há lacunas e divergências, especialmente no tratamento de resíduos recicláveis.
Em resposta a essa realidade, hospitais, clínicas e outras instituições de saúde de Porto Alegre uniram esforços para padronizar o processo de descarte na capital gaúcha. A iniciativa é liderada pelo SINDIHOSPA (Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre), por meio dos seus Comitês de Controle de Infecção e de Gestão Ambiental.
Documento orienta descarte por tipo de material
O grupo elaborou um documento técnico que define, por tipo de material, os locais corretos para o descarte de resíduos hospitalares. A construção do material envolveu três encontros temáticos com a participação de 28 profissionais de diferentes instituições da cidade.
Segundo as coordenadoras dos comitês, a padronização trará ganhos como a redução de riscos ocupacionais, a melhoria da destinação ambiental e a uniformização dos processos entre os hospitais, o que também deve facilitar o trabalho de fiscalização e auditoria por parte dos órgãos reguladores.
“A integração dos dois comitês possibilitou uma visão mais abrangente e técnica sobre os critérios de descarte, considerando tanto os aspectos ambientais quanto os riscos assistenciais e epidemiológicos”, afirma Andreia Cristina Duque, da Santa Casa de Porto Alegre, coordenadora do Comitê de Controle de Infecção.
Próximos passos incluem e-book e ações educativas
A próxima etapa será o lançamento de um e-book orientativo, previsto para ocorrer durante a 3ª edição do Health Meeting Brasil/SINDIHOSPA, entre os dias 21 e 23 de outubro. Além disso, estão em estudo a criação de materiais educativos, como cartazes para áreas operacionais, e a realização de oficinas de capacitação interinstitucionais.
Para Bruna Valandro, coordenadora do Comitê de Gestão Ambiental e também representante da Santa Casa, a padronização “é de extrema importância para o alinhamento técnico entre as práticas ambientais e de controle de infecção nas instituições hospitalares, contribuindo com a sustentabilidade, segurança do paciente e responsabilidade social”.
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