Hospitais da Rede D’Or cortam uso de gás poluente e reduzem emissões em 73%

A Rede D’Or está à frente de um movimento para eliminar, nos próximos anos, as emissões de gases de efeito estufa em suas unidades hospitalares. Um dos focos da iniciativa é o óxido nitroso (N₂O), gás com potencial de aquecimento global 265 vezes maior que o dióxido de carbono (CO₂) e amplamente utilizado como anestésico. Entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025, o consumo do gás foi reduzido em 73,5% na rede.

O projeto começou nos hospitais São Luiz Itaim e São Luiz Anália Franco, em São Paulo, e hoje já está presente em 72 unidades da Rede D’Or em todas as regiões do país. A implantação foi feita em larga escala e com padronização dos processos.

Antes das mudanças, a mediana mensal de consumo global de óxido nitroso nas unidades envolvidas era de 17 toneladas. Após a implementação das novas práticas, esse número caiu para 4,5 toneladas — uma queda que equivale à emissão de um carro a combustão ao longo de 31 milhões de quilômetros, ou 777 voltas ao redor da Terra.

Menos impacto ambiental e mais eficiência

Apesar de suas propriedades analgésicas e sedativas, o uso do N₂O vem sendo reavaliado pela Rede D’Or diante dos impactos ambientais. “Esse projeto mostra que é possível unir sustentabilidade, inovação e excelência clínica. Reduzimos emissões, mudamos práticas e ainda geramos eficiência. A meta agora é ainda mais ambiciosa: zerar o uso de óxido nitroso nos próximos anos”, afirma Paulo Moll, CEO da Rede D’Or.

Segundo ele, o grupo começou a adotar essas ações antes mesmo de o tema ganhar destaque internacional na COP29, realizada em 2024, no Azerbaijão, e se tornar uma prioridade global.

Além da expressiva redução no uso do gás, o impacto ambiental dos procedimentos anestésicos nos hospitais da rede caiu de 44 kg de CO₂ por anestesia para 7,8 kg — uma diminuição de 82%, superando em sete pontos percentuais a meta inicial. A mudança também trouxe ganhos financeiros: os custos mensais com óxido nitroso foram reduzidos pela metade.

Treinamento e inovação

A iniciativa envolveu uma revisão completa dos processos anestésicos, sem comprometer a segurança dos pacientes. Foram adotadas tecnologias alternativas, técnicas avançadas de monitoramento e programas intensivos de capacitação para as equipes médicas, com foco na conscientização sobre os impactos ambientais do gás e na aplicação de novos protocolos clínicos.

Com auditorias regulares e sistemas de controle em tempo real, a Rede D’Or implementou critérios restritivos para o uso do N₂O e passou a incentivar a utilização de alternativas mais sustentáveis. “A mudança cultural entre os profissionais de saúde foi essencial para o sucesso do projeto, que também contou com ferramentas de gestão e monitoramento em tempo real”, completa Moll.

Com essa iniciativa, a Rede D’Or se antecipa às novas diretrizes ambientais e reforça seu compromisso com uma saúde mais sustentável. Em um setor que representa quase 5% das emissões globais de gases de efeito estufa, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o exemplo da Rede D’Or pode inspirar outras instituições ao redor do mundo.

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Fonte: Saúde Business

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