O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, por meio do Ministério das Relações Exteriores, emitiu neste sábado, 9, uma nota oficial em que condena a decisão de Israel de expandir suas operações militares na Faixa de Gaza.
A nota reflete a postura reiterada do governo do presidente Lula em relação ao conflito na região e destaca que a medida israelense “deverá agravar a catastrófica situação humanitária da população civil palestina, assolada por cenário de mortes, deslocamento e fome”.
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O texto não faz menção ao Hamas, grupo que governa a Faixa de Gaza e que tem sido alvo das operações militares israelenses. Historicamente, o governo Lula evita criticar o Hamas e não o classifica como organização terrorista, uma posição que contrasta com a de diversos países ocidentais.
A nota também reafirma a visão brasileira de que a Faixa de Gaza integra o território do Estado da Palestina. Nesse contexto, o governo brasileiro “renova o apelo à retirada completa e imediata das tropas israelenses do território”.
Além disso, o Itamaraty reiterou “a urgência da implementação de cessar-fogo permanente, da libertação de todos os reféns e da entrada desimpedida de ajuda humanitária” em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
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Essa não é a primeira vez que o governo Lula adota uma postura crítica em relação a Israel. Desde o começo de seu terceiro mandato, em 2023, o presidente tem expressado posições que geraram atritos com o governo israelense.
Em 2024, Lula foi declarado persona non grata por Israel, depois de declarações consideradas ofensivas pelo governo de Tel Aviv, o que resultou na suspensão de relações diplomáticas em nível elevado entre os dois países.
O conflito em questão tem raízes no ataque terrorista perpetrado pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, quando o grupo lançou uma ofensiva que resultou em centenas de mortes e sequestros.

Desde então, Israel mantém uma guerra contra o Hamas, com operações militares intensas na Faixa de Gaza. Até o momento, persistem relatos de reféns mantidos pelo grupo palestino na região, um ponto que o governo brasileiro não abordou diretamente em sua nota.
A Faixa de Gaza é uma estreita faixa de terra no litoral do Mediterrâneo, controlada pelo Hamas desde 2007, depois de disputas internas com a Autoridade Palestina. A região abriga cerca de dois milhões de habitantes e é palco de conflitos intermitentes entre Israel e grupos palestinos por décadas.
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Fonte: Revista Oeste