governo aperta “tecla G de gastar” e jovens terão dívida de R$ 8 tri

O ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco, voltou a criticar a política fiscal do governo federal durante o primeiro dia do evento Digital Assets Conference 2025, promovido pelo Mercado Bitcoin (MB) nesta segunda-feira (22), em São Paulo.

“Parece que só existe a tecla G em Brasília – gastar em tudo”, disse um dos pais do Plano Real.

Segundo ele, a situação brasileira pode sinalizar dominância fiscal – conceito que indica que o desequilíbrio das contas públicas passa a comandar a política econômica.

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“Os anúncios fiscais costumam ser expansionistas. Parece que são menos expansionistas porque eles geram um efeito contracionista pela sensação de que as finanças públicas estão ficando cada vez mais complexas e atrapalhadas, que alguma coisa ruim vai acontecer lá na frente. O nome disso mais técnico, quando fica mais sério, é dominância fiscal”, afirmou.

Franco destacou que a dívida interna bruta que as próximas gerações terão de carregar já chega nos R$ 8 trilhões.

“E essa geração aqui deve R$ 8 trilhões Então, para conversar sobre o futuro, precisamos resolver esses R$ 8 trilhões, não do jeito (do ex-presidente) Fernando Collor de resolver dívida, mas tratar de outro jeito, mais civilizado”, disse.

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Leia também: Gustavo Franco: a trajetória do economista que foi um dos “pais” do Plano Real

EUA, dólar, ouro e criptos

No mesmo evento, o economista também analisou a conjuntura norte-americana. Segundo ele, os EUA buscam manter sua posição como economia central do mundo ao mesmo tempo em que desvalorizam o dólar e convivem com déficit em conta corrente.

Apesar disso, Franco acredita que o dólar seguirá como principal referência global, sobretudo por sua centralidade no comércio internacional. Qualquer mudança, ressaltou, seria um processo de décadas.

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“O dólar é uma estrutura de jurisdição de pagamento, recebimento e receita. Não há nada maduro o suficiente, nesse momento, para substituir o dólar. Provavelmente, há mais caminhos para os ativos digitais progredirem neste sentido do que outra moeda substituir a relevância do dólar”, disse.

O ex-presidente do BC também comentou o aumento da busca por alternativas diante do cenário monetário global. Ele apontou que o ouro e os ativos digitais vêm despertando interesse dos investidores em meio às incertezas.

Fonte: Info Money

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