A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, comentou a redução de penas dos condenados pelo 8 de janeiro, durante evento estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), no Paraná, no sábado 13.
Gleisi reconheceu que a discussão sobre redução de pena é legítima, seja no Congresso ou no Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme o jornal Folha de S.Paulo, que teve acesso a um vídeo, a petista ponderou que o debate não pode ser confundido com a anistia.
De acordo com a ministra, “se querem discutir redução de pena, é outra coisa”. “Cabe a dosimetria ao Supremo Tribunal Federal ou até o Congresso avaliar e ter um projeto”, disse Gleisi. “Mas é redução de pena, não tem a ver com anistia.”
Essa foi a segunda manifestação da ministra nesse sentido. Anteriormente, ela havia recuado para evitar mal-entendidos com o STF.
Gleisi teme anistia e seu impacto político
O tema da anistia tem mobilizado o governo, que busca frear a tramitação desse tipo de proposta na Câmara. O PT teme que a aprovação de um projeto de anistia favoreça não só os envolvidos nos atos do 8 de janeiro, mas também Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi condenado, na quinta-feira 11, a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe, depois de perder as eleições para Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar da sinalização, Gleisi reforçou sua oposição à anistia. “Não podemos de maneira nenhuma olhar ou piscar para a questão da anistia”, disse. “Vamos ser firmes, vamos ter que enfrentar o Congresso nesta pauta.” Ela ainda disse que o perdão a Bolsonaro e aos demais réus seria “um presentinho para Donald Trump”.
Nos últimos dias, partidos de centro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, intensificaram as articulações em torno da anistia, motivados pelo julgamento de Bolsonaro no STF. Gleisi apontou Tarcísio como articulador do movimento em prol do ex-presidente. Políticos desse grupo veem Tarcísio como principal nome para enfrentar Lula em futuras eleições e pressionam Bolsonaro a apoiá-lo como sucessor.
Por fim, a ministra direcionou críticas ao ministro Luiz Fux, que votou pela absolvição do ex-presidente. “Foi um desserviço aquele voto, uma vergonha nacional”, afirmou. “Deu condições a eles de fazer uma narrativa e ficar, depois, questionando o processo, mas os outros votos foram primorosos.”
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Fonte: Revista Oeste