As novas restrições ao saque-aniversário do FGTS, anunciadas pelo governo na terça-feira (7), devem reduzir o volume de crédito originado por bancos digitais e médios, mas beneficiar construtoras voltadas à baixa renda ao reforçar a sustentabilidade do fundo, apontam analistas de mercado.
O Ministério do Trabalho decidiu limitar os adiantamentos do saque-aniversário a até duas operações por ano, com valor máximo de R$ 500 e mínimo de R$ 100. Na avaliação do Bradesco BBI, a medida ajuda a preservar o caixa do FGTS, o principal funding da habitação popular no país, e deve reter R$ 84,6 bilhões no fundo até 2030.
“A mudança é positiva para construtoras de baixa renda, pois fortalece o papel do FGTS no financiamento habitacional”, avalia o BBI.
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Hoje, mais de 21,5 milhões de trabalhadores já optaram pelo saque-aniversário, superando os 20,4 milhões que permanecem no modelo tradicional, de saque por demissão.
O Goldman Sachs, por outro lado, destaca o impacto negativo para bancos digitais e médios, que usam os adiantamentos do FGTS como colateral de crédito. O banco estima que o estoque de empréstimos com garantia no FGTS chega a cerca de R$ 90 bilhões, concentrado em instituições como Nubank e Inter.
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As novas regras, que entram em vigor a partir de 1º de novembro, também limitam a até cinco retiradas em um período de 12 meses, com desconto máximo de R$ 500 por parcela, o que deve reduzir o ritmo de originação de novos empréstimos nesse segmento.
“As mudanças podem afetar a originação de crédito FGTS, um mercado importante para bancos médios e digitais”, afirmou o Goldman Sachs.
Fonte: Info Money