Fim de parceria: Hyundai assume operação no Brasil e rompe exclusividade com CAOA

A Hyundai decidiu mudar sua estratégia no Brasil e anunciou o fim da parceria exclusiva com a CAOA, que durava 26 anos. A partir de março de 2024, a marca sul-coreana passa a importar e distribuir os veículos da marca diretamente no país, funções que até então eram da parceira brasileira.

A medida marca uma nova fase para a montadora no Brasil, com impactos tanto para a estrutura operacional quanto para o consumidor final. 

Até agora, a Hyundai atuava no Brasil em dois modelos diferentes: Hyundai Motor Brasil (HMB), responsável pela fábrica em Piracicaba (SP) e por modelos como HB20 e Creta; e CAOA, então encarregada da importação e venda de modelos como Tucson, HR e caminhões leves, além da produção de alguns veículos em sua fábrica em Anápolis (GO).

Com a mudança, toda a importação e comercialização da Hyundai passa a ser gerida pela HMB. A rede de concessionárias será unificada, o que significa que qualquer loja Hyundai poderá vender todos os modelos da marca – sejam fabricados no Brasil ou importados.

A CAOA, por sua vez, deixa de ser a representante exclusiva da Hyundai, mas continuará sendo parceira industrial, com sua fábrica em Anápolis produzindo veículos sob encomenda.

Por que a Hyundai decidiu mudar?

A montadora buscava mais agilidade e controle sobre sua operação no Brasil. Com a nova estrutura, poderá definir quais modelos traz para o país, como e quando. A centralização das operações também deve gerar ganhos de eficiência – a estimativa é de uma economia de até R$ 1 bilhão com logística, compras e serviços.

Outro fator importante é o avanço da eletrificação. A Hyundai tem planos de investir mais de R$ 5 bilhões no Brasil até 2032, incluindo o lançamento de veículos híbridos e elétricos. Ter uma gestão unificada pode facilitar a entrada desses modelos no país.

Apesar de deixar de ser importadora oficial da Hyundai, a CAOA segue como montadora e parceira. A fábrica de Anápolis continuará montando modelos como o Tucson, mas agora sob contrato com a Hyundai. 

A empresa também aposta em projetos próprios: quer nacionalizar o SUV Tiggo 8 híbrido (da parceria com a chinesa Chery) e estuda lançar um carro com marca 100% brasileira.

E para o consumidor, o que muda?

A principal vantagem é a padronização da rede de concessionárias. Antes, havia divisão: algumas lojas só vendiam carros nacionais e outras só os importados. Agora, todas poderão vender toda a linha Hyundai.

Além disso, com a marca sul-coreana no comando, há expectativa de ampliação do portfólio, com a chegada de modelos como Santa Fe, Palisade e Ioniq 5.

Na prática, o consumidor deve ter acesso a mais opções e uma experiência de compra mais uniforme. No curto prazo, porém, os preços devem continuar pressionados por fatores externos, como câmbio e custos de importação.

Fonte: Invest News

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