A Pixar, estúdio sinônimo de animações de sucesso, acaba de registrar o pior desempenho de estreia em sua história moderna com o lançamento de seu mais novo filme, Elio. A produção, que teve um orçamento estimado em US$ 150 milhões (R$ 826 milhões), arrecadou apenas US$ 21 milhões (R$ 115 milhões) nas bilheterias dos Estados Unidos em seu fim de semana de abertura, ficando apenas em terceiro lugar no ranking norte-americano.
A informação, divulgada pelo portal da revista Variety neste domingo (22), acende um alerta sobre os desafios que o icônico estúdio tem enfrentado. Elio, uma aventura intergaláctica sobre um jovem que se conecta com alienígenas após ser confundido com o embaixador intergaláctico da Terra, aspirava uma arrecadação doméstica entre US$ 25 milhões (R$ 137 milhões) e US$ 30 milhões (R$ 165 milhões) em seu primeiro fim de semana. No entanto, o resultado final foi bem abaixo das expectativas.
Além do fraco desempenho nos Estados Unidos, o filme adicionou apenas US$ 14 milhões (R$ 77 milhões) no mercado internacional, totalizando uma arrecadação global de US$ 35 milhões (R$ 192 milhões).
David A. Gross, que dirige a consultoria de filmes FranchiseRe, classificou a abertura como “fraca para a Pixar”. Ele ressaltou que, embora esses números pudessem ser sólidos para outra animação original, “pelo notável padrão da Pixar, a abertura está bem abaixo da média”.
Este cenário negativo para Elio sublinha os desafios que a Pixar enfrenta. Embora tenha tido um sucesso estrondoso no ano passado com Divertida Mente 2, que arrecadou US$ 1,69 bilhão globalmente, o estúdio tem tido dificuldades em lançar novas propriedades com sucesso há anos. Filmes originais, de modo geral, têm tido um desempenho abaixo do esperado nas bilheterias no período pós-pandemia.
Para contextualizar, o recorde anterior de pior estreia da Pixar pertencia a Elementos (2023), que abriu com US$ 29,6 milhões nos Estados Unidos e US$ 44,5 milhões globalmente. No entanto, Elementos foi abraçado pelo público e conseguiu uma trajetória de recuperação impressionante, finalizando sua exibição nos cinemas com US$ 155 milhões nos EUA e US$ 496 milhões globalmente.
Outros filmes originais da Pixar como Lightyear (2022), Luca (2021) e Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (2020) também enfrentaram dificuldades de bilheteria. A decisão de enviar títulos como Red: Crescer é uma Fera e Luca diretamente para o Disney+ durante a recuperação dos cinemas pela pandemia pode ter, inadvertidamente, “treinado as famílias a esperarem por esses filmes em casa”.
Apesar do início preocupante, Elio recebeu uma nota “A” nas pesquisas de saída do CinemaScore e uma média de 85% no Rotten Tomatoes, com uma pontuação de 91% no Popcornmeter. A ScreenRant chegou a classificar Elio como o “melhor filme da Pixar em anos”. A crítica da Tangerina também destacou a qualidade da obra.
O estúdio espera que o filme siga uma trajetória semelhante à de Elementos, que demonstrou “pernas” fortes na bilheteria. No entanto, para ser considerado lucrativo, Elio precisará arrecadar cerca de US$ 375 milhões (R$ 2 bilhões), o que exigirá uma recuperação “absurdamente forte”.
Fonte: UOL
