Fabricantes de veículos no Brasil revisam para baixo projeção de vendas em 2025

Os fabricantes de veículos no Brasil reduziram nesta quinta-feira sua projeção de vendas para 2025, revisando a expectativa de crescimento de 6,3% para 5%, o que representa 2,765 milhões de unidades, segundo dados apresentados pela associação Anfavea.

A revisão ocorreu em meio à alta dos juros no país, que impacta financiamentos, especialmente no segmento de caminhões, além dos possíveis efeitos econômicos gerados pelo tarifaço dos Estados Unidos, afirmou a entidade em apresentação para jornalistas.

“Há uma grande instabilidade em relação ao que vai acontecer com o mercado diante das tarifas (de importação) dos Estados Unidos. Cerca de 60% a 70% dos produtos brasileiros são escoados por via rodoviária e isso (tarifas) produz um impacto indireto nos emplacamentos do segmento”, disse o presidente da Anfavea, Igor Calvet.

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Ainda assim, a projeção para a produção total de veículos no país foi mantida pela entidade, com crescimento de 7,8%, para 2,749 milhões de veículos. Isso porque a Anfavea fez um forte ajuste para cima na estimativa de exportações, que passou de alta de 7,5% para 38,4%, totalizando 552 mil veículos.

Calvet explicou que a revisão nas exportações reflete o expressivo crescimento do mercado argentino. De janeiro a julho, as exportações brasileiras para a Argentina saltaram 156,5% em relação ao ano anterior, para 183,9 mil unidades. Com isso, a participação da Argentina nas exportações de veículos do Brasil subiu de 35,1% para 58,9%, segundo dados da Anfavea.

A entidade calculou as novas projeções com base em uma expectativa de crescimento do PIB de 2,3% para este ano. A previsão para as vendas de caminhões foi reduzida de estabilidade para queda de 8,3%, a 114,5 mil unidades, enquanto a estimativa para ônibus foi elevada de alta de 7% para 25,3%, totalizando 25,3 mil veículos.

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Mercado em julho

Em julho, a produção de veículos no Brasil cresceu 15,7% em relação a junho, enquanto as vendas avançaram 14,2%, impulsionadas em parte pelo programa do governo federal que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e por três dias úteis a mais de vendas em comparação com junho, segundo dados da Anfavea.

O programa, chamado “Carro Sustentável” pelo governo, gerou um crescimento de 16,7% nas vendas dos modelos beneficiados, geralmente veículos compactos. A iniciativa vai até o final de 2026.

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A produção em julho somou 237,8 mil veículos e as vendas, 243,2 mil. Na comparação com julho do ano passado, o volume produzido recuou 3,6%, e os licenciamentos ficaram praticamente estáveis, com leve alta de 0,8%.

No acumulado de janeiro a julho, a produção avançou 6,1%, para 1,47 milhão de veículos, e os emplacamentos cresceram 4,1%, totalizando 1,44 milhão.

As exportações de veículos em julho subiram 22,4% em relação ao mesmo mês de 2024, para 47,9 mil unidades. No acumulado do ano, a participação das exportações na produção nacional passou de 14% para 20%.

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A Anfavea afirmou que o impacto do tarifaço imposto por Donald Trump soma US$ 1,3 bilhão, afetando as exportações brasileiras de máquinas autopropulsadas, como tratores e retroescavadeiras, e de autopeças, incluindo motores.

A tarifa de importação dos EUA para máquinas agrícolas e rodoviárias subiu de 0% para 50%. Em autopeças, o imposto passou de 2,5% para uma faixa entre 27,5% e 52,5%.

Fonte: Info Money

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