A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos ficou bem abaixo do esperado em julho, enquanto os dados do mês anterior foram revisados para baixo, apontando para uma forte moderação no mercado de trabalho.
A economia dos EUA abriu 73.000 vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, após 14.000 em junho em dado revisado para baixo, informou o Departamento do Trabalho em seu relatório de emprego nesta sexta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 110.000 empregos, depois de 147.000 em junho, conforme relatado anteriormente. A taxa de desemprego subiu de 4,1% em junho para 4,2% em julho.
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As estimativas variaram de nenhum emprego adicionado a um total de 176.000 vagas. Na quarta-feira, o Federal Reserve manteve sua taxa de juros de referência na faixa de 4,25% a 4,50%.
Os comentários do chair do Fed, Jerome Powell, após a decisão minaram a confiança de que o banco central retomaria a política de afrouxamento monetário em setembro, como havia sido amplamente previsto pelos mercados financeiros e por alguns economistas.
Embora Powell tenha descrito o mercado de trabalho como estando em equilíbrio devido ao declínio simultâneo da oferta e da demanda, ele reconheceu que essa dinâmica “sugere um risco de queda”.
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O crescimento do emprego desacelerou em meio à incerteza sobre onde os níveis das tarifas do presidente Donald Trump acabarão por se estabelecer. Na quinta-feira, Trump impôs tarifas pesadas a dezenas de parceiros comerciais antes do prazo final para um acordo comercial nesta sexta-feira, incluindo uma tarifa de 35% sobre muitos produtos do Canadá.
A repressão à imigração da Casa Branca reduziu a oferta de mão de obra, assim como a aceleração das aposentadorias dos “baby boomers”.
A redução nos fluxos de imigração significa que a economia agora precisa criar cerca de 100.000 empregos por mês ou menos para acompanhar o crescimento da população em idade ativa, estimaram economistas. O declínio da taxa de desemprego para 4,1% em junho deveu-se, em parte, ao fato de as pessoas terem saído da força de trabalho. O aumento de julho ainda deixou a taxa de desemprego na estreita faixa de 4,0% a 4,2% que tem prevalecido desde maio de 2024.
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Os mercados financeiros adiaram de setembro para outubro a perspectiva de corte nos juros. Porém, com as tarifas começando a aumentar a inflação, alguns economistas acreditam que a janela para o Fed retomar a política de afrouxamento este ano está se fechando.
Outros, no entanto, acreditam que o banco central ainda poderia cortar os juros em setembro, especialmente se a revisão preliminar dos dados de emprego no próximo mês projetar uma queda acentuada no nível de emprego de abril de 2024 a março deste ano.
Fonte: Info Money