No Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho, celebrado em 27 de julho, especialistas alertam para os riscos ocupacionais e a urgente necessidade de implementação de medidas legais, estruturais e éticas para garantir a segurança dos profissionais da saúde.
A data comemorativa foi instituída após a regulamentação da formação de diversos profissionais da área. Portanto, engloba enfermeiros, médicos do trabalho, técnicos e engenheiros de segurança. Seu principal objetivo é reduzir os índices de acidentes, doenças ocupacionais e fatalidades. Além disso, busca diminuir os custos decorrentes desses eventos no ambiente de trabalho.
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Enfermagem: categoria mais vulnerável
Dados alarmantes do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab) revelam um cenário preocupante. Entre 2012 e 2024, nos setores de atendimento hospitalar e atenção à saúde, os técnicos de enfermagem foram os mais afetados. De fato, representam 30,4% do total de afastamentos acidentários.
Os auxiliares de enfermagem ocupam a segunda posição no ranking, com 9,98% dos casos. Enquanto isso, os enfermeiros aparecem em quarto lugar, com 6,07%. Em contraste, os médicos clínicos representam apenas 0,4% dos afastamentos, ocupando a 26ª posição.
Fatores de risco e medidas preventivas
Raul Canal, presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), aponta que esses profissionais enfrentam condições adversas de trabalho. No entanto, ele enfatiza a importância de soluções:
“Além da adoção de medidas de prevenção, é essencial que haja respaldos jurídico e institucional para que esses profissionais tenham seus direitos preservados e possam atuar com dignidade e tranquilidade”, afirma Canal.
O especialista em Direito Médico ressalta que a segurança desses profissionais é fundamental para o sistema de saúde. Por isso, recomenda ações preventivas como:
- Uso obrigatório e fornecimento regular de EPIs, incluindo luvas e máscaras
- Capacitação contínua sobre manejo de resíduos e higiene das mãos
- Monitoramento dos protocolos de segurança, conforme orientações da Anvisa e da OMS
Estas medidas, segundo Canal, são essenciais para elevar os índices de segurança. Finalmente, visam proteger os profissionais na linha de frente do atendimento à saúde, principalmente aqueles com maior vulnerabilidade conforme demonstram as estatísticas.
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