A empresa brasileira Akaer foi escolhida para participar de um dos projetos mais ambiciosos da aviação mundial: o desenvolvimento do maior avião cargueiro já projetado na história. O contrato foi firmado com a Radia, empresa norte-americana do setor de energia, e anunciado oficialmente nesta terça-feira, durante o Paris Air Show.
A missão da Akaer será liderar o projeto da cabine pressurizada do WindRunner, aeronave concebida para transportar cargas de dimensões inéditas, como pás de turbinas eólicas com mais de 100 metros de comprimento. A cabine deverá garantir segurança e controle ambiental tanto para a tripulação quanto para os sistemas críticos do avião, mesmo sob condições extremas.
“É motivo de orgulho fazer parte deste relevante projeto que será um marco para a aviação mundial. O desenvolvimento do WindRunner é desafiador e complexo, e a participação da Akaer é resultado do reconhecimento da excelência e experiência que construímos ao longo dos anos”, destacou Cesar Silva, CEO da Akaer.
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Aeronave colossal para acelerar a transição energética
Com 108 metros de comprimento, 80 metros de envergadura e capacidade para transportar até 80 toneladas, o WindRunner é maior do que qualquer cargueiro militar existente e supera as dimensões de um Boeing 747. A aeronave está sendo desenhada para operar em pistas não pavimentadas de apenas 1.800 metros, o que permite entregas diretas em regiões remotas, sem a necessidade de infraestrutura aeroportuária sofisticada.
Além de equipamentos militares, satélites e veículos de grande porte, o principal objetivo do projeto é facilitar o transporte de pás eólicas gigantes, usadas em turbinas de nova geração. Com isso, a Radia pretende eliminar barreiras logísticas que atualmente restringem o crescimento de parques eólicos em terra firme.
O CEO da Radia, Mark Lundstrom, cientista de foguetes formado pelo MIT, fundou a empresa em 2016 justamente com esse propósito: aplicar soluções aeroespaciais para expandir a energia limpa. O projeto já levantou centenas de milhões de dólares em investimentos e, segundo a PitchBook, a Radia já está avaliada em US$ 1 bilhão.
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A ideia da empresa é fazer com que o WindRunner torne economicamente viável a construção de parques eólicos com torres 90 metros mais altas do que a média atual, resultando em turbinas mais potentes, eficientes e com maior alcance. De acordo com estimativas da Radia, a adoção dessas turbinas em grande escala pode reduzir o custo da energia em até 35% e aumentar a estabilidade da geração em 20%.
Fonte: Info Money