Analistas do Itaú BBA veem como especulativa uma deslistagem da Neoenergia (Imagem: Divulgação/Neoenergia)
A Iberdrola estaria avaliando fechar o capital da controlada Neoenergia (NEOE3) no Brasil, segundo apuração da Veja. Detentora de 53% do capital da elétrica, a multinacional espanhola possui o controle, mas, segundo o jornal, enfrenta um entrave com outro acionista significativo, a Previ (fundo de previdência complementar do Banco do Brasil), que conta com cerca de 30,3% das ações da empresa.
As ações da Neoenergia subiram mais de 4% em reação à notícia na segunda-feira (16), e acumula alta de 35% no ano. O Itaú BBA pontua que uma saída da elétrica da bolsa tem sido discutida recorrentemente.
A equipe de analistas liderada por Filipe Andrade ainda vê as discussões relacionadas a uma potencial delistagem como rumores, mas chama atenção dos investidores alguns números-chave da Iberdrola, bem como outros destaques do último processo de delisting realizado por ela (da Avangrid, nos Estados Unidos).
Na visão do BBA, a Neoenergia é a entidade listada mais relevante entre todas as holdings regionais controladas pela Iberdrola.
A casa mantém classificação outperform para a Neoenergia, equivalente à compra, com preço-alvo de R$ 37,55.
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3 pontos de destaque na discussão envolvendo a Neoenergia
Os principais pontos destacados pelos analistas do Itaú BBA são:
- Participação da Previ na Neoenergia: a Neoenergia foi a segunda maior posição no Plano de Pensão 1 da Previ no final de 2024. Segundo as demonstrações financeiras da Previ, a Neoenergia representava 11,80% de sua exposição total ao mercado de ações listadas;
- Desinvestimento Anterior da Iberdrola: o último grande desinvestimento da Iberdrola foi a Avangrid nos EUA. Naquela época, pontuam os analistas, a Iberdrola apresentou uma proposta para comprar uma participação de 18,4% por US$ 34,5 por ação, o que representava um prêmio de 10% sobre o preço médio dos últimos 30 dias;
- Controladora espanhola da Neoenergia possui um balanço patrimonial sólido: a alavancagem da Iberdrola é confortável, com um Ebitda de 3,5 vezes no primeiro trimestre de 2025, com o consenso da Bloomberg indicando que a alavancagem permanecerá em aproximadamente 3,5x até o final de 2025.
Apesar de apontar o balanço da Iberdrola como sólido, os analistas pontuam que permanece incerto o preço mínimo que persuadiria a Previ a aderir ao negócio.