O dólar teve uma nova alta após Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros; Lula diz que vai adotar medida recíproca (Imagem: iStock.com/Aslan Alphan)
O dólar engatou forte alta pela segunda vez consecutiva com as tarifas de importação anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
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Nesta quinta-feira (10), o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,5452, com alta de 0,78%.
O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, como euro e libra, subia 0,07%, aos 97.629 pontos.
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O que mexeu com o dólar hoje?
As tarifas de importação impostas pelo presidente dos Estados Unidos continuaram a concentrar as atenções dos investidores no Brasil e no exterior.
Ontem (9), Donald Trump anunciou uma taxa de 50% sobre os produtos brasileiros — a maior alíquota entre os 22 países que participaram dessa segunda rodada do “tarifaço”. O chefe da Casa Branca vinculou a decisão ao tratamento recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) sob acusação de planejar um golpe de Estado.
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Assim, as novas tarifas devem entrar em vigor em 1º de agosto.
Em resposta no mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil é um país soberano com instituições independentes e “que não aceitará ser tutelado por ninguém”. Ele também disse que a medida comercial será respondida “à luz” da Lei da Reciprocidade Econômica.
O posicionamento do governo foi reafirmado nesta quinta-feira (10). Em trecho de uma entrevista publicada pelo portal R7, da Record, Lula reiterou que “se ele [Trump] cobrar 50% da gente, a gente vai cobrar 50% dele”.
O chefe do Executivo ainda menciona que o Brasil pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas de Trump. A íntegra está programada para ser veiculada ainda hoje à noite.
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Os dados econômicos ficaram em segundo plano. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, subiu 0,24% em junho — uma desaceleração em relação à alta de 0,26% apurada em maio. O indicador veio acima das projeções do mercado, que apontavam para um avanço de 0,23%, segundo o último Relatório Focus.
No acumulado de 12 meses, a inflação acumula alta de 5,35% — acima da meta perseguida pelo Banco Central, de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Na avaliação do Itaú, apesar da surpresa altista no índice, o qualitativo veio próximo do esperado. A Ativa Investimentos, por sua vez, destacou que o resultado não representa, por si só, um driver capaz de alterar a postura do Banco Central.
A expectativa é de que o presidente do BC, Gabriel Galípolo, entregue uma carta ao Ministério da Fazenda para explicar o novo estouro da meta de inflação. O documento é uma exigência legal sempre que a inflação acumulada de 12 meses ultrapassa o limite da meta, em uma recorrência trimestral.
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Ontem (9), Galípolo reafirmou que todos os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) estão “bastante incomodados” com a desancoragem das expectativas de mercado para a inflação, enfatizando que o BC persegue o centro da meta.
Já nos Estados Unidos, os investidores voltaram a precificar um possível recuo na política tarifária de Trump, movimento chamado de ‘TACO Trade”. O mercado ainda dividiu as atenções com novas declarações de membros do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).
O diretor do Fed, Christopher Waller, disse que o BC norte-americano pode continuar a reduzir o balanço patrimonial a fim de retornar a um “tamanho compatível com um sistema amplo de reservas”, em discurso na sede distrital do Fed em Dallas.
O balanço patrimonial do Fed está atualmente em US$ 6,7 trilhões, abaixo do pico de quase US$ 9 trilhões registrado há alguns anos, mas bem acima dos níveis anteriores à pandemia de Covid-19.
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Na visão de Waller, o programa, conhecido como aperto quantitativo, pode continuar por mais algum tempo e ainda fornecer o nível de reservas que os bancos precisam para se manterem seguros. Ele projetou que o balanço patrimonial provavelmente cairia para US$ 5,8 trilhões.
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