como a Taesa mira ganhar eficiência na transmissão de energia

Bloomberg Línea — Em um setor regulado e com pouca abertura para transformações radicais, a Taesa (TAEE11), uma das maiores empresas de transmissão de energia do país, tem investido em inovação e IA para reduzir custos e otimizar a operação.

A agenda é particularmente desafiadora para empresas do setor elétrico, pois todos os movimentos precisam passar por aprovações regulatórias, o que inclui licenciamentos e monitoramento rigoroso para gestão de riscos.

Segundo o CEO da Taesa, Rinaldo Pecchio, o tema da inovação dentro da companhia tem sido conduzido pela divisão de novos negócios.

“Existe a inovação disruptiva e a do dia-a-dia. Buscamos as duas frentes”, disse o executivo em entrevista à Bloomberg Línea.

Atualmente, a empresa tem 44 concessões e cerca de 15.000 quilômetros de linhas de transmissão.

Os projetos estudados e em fase de testes incluem a utilização de inteligência artificial para análise de dados no campo e o uso de drones na inspeção de linhas.

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O executivo afirmou que todas as tecnologias empregadas em um sistema de transmissão envolvem aspectos rígidos de segurança e confiabilidade.

“Várias dessas tecnologias estão começando a ser introduzidas. No espaço de um ano, já devemos colher os benefícios nos resultados.”

As novas tecnologias terão um ganho restrito inicialmente, uma vez que há limitações técnicas e de regulação, principalmente no caso dos drones, uma atividade regulada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), segundo ele.

No caso dessa tecnologia em particular, o executivo disse que a companhia já tem uma programação para a sua implementação.

“Eu diria que até o final do ano nós teremos [os drones]. Hoje estamos em fase de testes, fazendo a aplicação com bastante sucesso.”

A Taesa tem adotado nos testes drones de fabricantes americanos e chineses.

“Nosso interesse é adotar uma tecnologia que se adeque à nossa necessidade, com confiabilidade. A ideia é que a operação seja mais eficiente nas inspeções e na detecção de problemas.”

O CEO da Taesa ressaltou a preocupação com eventos climáticos, com a incidência maior de queimadas em determinadas regiões, combinadas com o aumento da intensidade de ventos.

Pecchio explicou que as torres que foram instaladas para atender as linhas do setor foram projetadas para suportar uma velocidade máxima de correntes.

“Temos que observar corredores importantes no Brasil. As mudanças dos ventos colocam em risco o sistema? Não, mas é uma preocupação no sentido de planejamento. Precisamos estar atentos ao tema.”

Participação em leilões

A agenda de ganho de eficiência na operação foi pensada de forma estratégica, segundo o executivo que comanda a Taesa.

Pecchio disse que, no final de 2023, a companhia decidiu reavaliar a participação em leilões, em meio à estratégia para reduzir o endividamento. “Com isso, resolvemos trazer mais inovação e reforçar a eficiência”, disse.

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O executivo destacou que a companhia conseguiu reduzir os gastos operacionais (opex) no primeiro trimestre. Do lado das despesas, ele afirmou que a empresa já entrega custos que avançam abaixo da variação da inflação.

Em paralelo, ele ressaltou que a Taesa tem grau de investimento “triple A”. “Temos acesso a um custo de capital interessante e competitivo.”

O único leilão de transmissão de energia programado para este ano deve ocorrer no final de outubro, com a oferta de 11 lotes.

Segundo Pecchio, a Taesa está na fase de análise preliminar do certame, com a avaliação dos lotes disponíveis e de quais cabem no planejamento financeiro e estratégico da companhia, inclusive em relação a sinergias com ativos já existentes.

“O nosso apetite está condicionado à questão financeira. Com a entrada em operação de projetos da nossa carteira, que vão acrescentar receita nos próximos anos, temos um volume significativo de investimentos que serão executados”, disse.

“Com a queda do endividamento, temos disposição para participar dos leilões, mas sempre com montantes compatíveis à nossa capacidade de investimentos”, acrescentou.

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