O Ibovespa subiu mais de 1% e completou o quarto mês de avanços consecutivos; capital estrangeiro e discussões fiscais marcaram junho (Imagem: Money Times)
O Ibovespa (IBOV) manteve o ritmo de ganhos e emplacou a quarta alta mensal consecutiva em junho. O mês foi marcado por fortes ganhos patrocinados pela entrada de capital estrangeiro, enquanto as preocupações com o cenário fiscal seguiram no radar.
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O principal índice da bolsa brasileira fechou junho com avanço de 1,33% no patamar dos 138 mil pontos, próximos as máximas históricas dos 140 mil pontos. No semestre, o Ibovespa acumulou alta de 15,44%.
Já o dólar (USDBRL) perdeu força e voltou ao nível de R$ 5,43. No mês, a divisa norte-americana recuou 5% ante o real.
No cenário doméstico, as discussões sobre os gastos públicos continuaram a todo vapor. Na tentativa de cumprir a meta fiscal, o governo apresentou uma medida provisória para elevar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, porém, não foi bem recebida e o Congresso derrubou o decreto presidencial na última quarta-feira (25).
Em resposta, o governo avalia ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão dos parlamentares.
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Na questão monetária, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 15% ao ano e sinalizou o encerramento do ciclo de altas na taxa básica de juros.
No exterior, a guerra de 12 dias entre Israel e Irã injetaram cautela nos mercados, mas foi o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que concentrou as atenções. O chefe da Casa Branca continua no ‘vaivém’ das negociações tarifárias.
Além disso, o pacote orçamentário de Donald Trump, chamada por ele de “Beautiful Bill”, também voltou a gerar incertezas sobre a economia norte-americana. No último fim de semana do mês, os senadores republicanos apresentaram uma “nova versão” da proposta com o acréscimo de á US$ 3,3 trilhões à dívida do país, cerca de US$ 800 bilhões a mais do que o texto aprovado pela Câmara dos Representantes no mês passado.
Segundo as estimativas do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), o impacto do projeto de lei sobre a dívida federal deve ser de US$ 36,2 trilhões.
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Se o Senado conseguir aprovar o projeto de lei, a matéria retorna à Câmara.
Já o Federal Reserve manteve os juros na faixa de 4,25% a 4,50% pela quarta reunião consecutiva. O presidente Jerome Powell afirmou que o Comitê está “bem posicionado para esperar” antes de fazer novos cortes, que seguem precificados para setembro. O mercado também já aposta em até três cortes nos juros em 2025.
As maiores altas do Ibovespa em junho
Entre as maiores altas de junho, MRV (MRVE3) liderou a ponta positiva.
Os papéis da construtora subiram no início do mês com expectativas para o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, que foi ampliado em abril e teve a criação da faixa 4, além de um aporte de R$ 30 bilhões — sendo R$ 15 bilhões do fundo social e R$ 15 bilhões da Caixa Econômica Federal.
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Nesta segunda-feira (30), o Citi elevou o preço-alvo da companhia R$ 6,40 para R$ 6,70 no final de 2025, após incorporar uma alta de lucro por ação (LPA) de 7%. O banco, porém, manteve a recomendação neutra/alto risco para a construtora.
Embraer (EMBR3) também foi o destaque do mês com uma série de anúncios de contratos durante o Paris Air Show.
No último dia de junho, a companhia assinou uma carta de intenções (LOI) com a Aerosolutions, que está desenvolvendo uma operadora inovadora de eVTOL chamada Aero Electric Airlines, e a Bluenest by Globalvia, para a venda de até 50 aeronaves eVTOL e acesso aos serviços TechCare da Eve.
Na avaliação do Bradesco BBI, o novo contrato é positivo para a fabricante brasileira, “pois a empresa continua a ver a demanda por suas aeronaves eVTOL, enquanto o desenvolvimento avança e as regulamentações se tornam mais claras”.
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“A esperada redução de risco por meio do avanço do processo de certificação pode ter um impacto positivo no desempenho do preço das ações da Embraer”, escreveram os analistas André Ferreira e Wellington Lourenço.
Confira as maiores altas:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO | VARIAÇÃO MENSAL |
| MRVE3 | MRV ON | R$ 6,35 | 20,04% |
| EMBR3 | Embraer ON | R$ 77,10 | 17,73% |
| TIMS3 | Tim ON | R$ 22,03 | 13,03% |
| POMO4 | Marcopolo PN | R$ 8,00 | 10,34% |
| EGIE3 | Engie ON | R$ 45,26 | 10,23% |
As maiores quedas do índice em junho
Usiminas (USIM5) foi a ação com pior desempenho do Ibovespa em junho. A companhia continua a ser pressionada pelo enfraquecimento do minério de ferro e taxação sobre produtos siderúrgicos.
No final de maio, o governo brasileiro de renovou as tarifas de 25% sobre 23 produtos siderúrgicos. Além disso, os Estados Unidos dobraram as tarifas para a importação de aço e alumínio para 50%.
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O Itaú BBA também rebaixou a recomendação das ações para market perform (equivalente à neutro). “Estamos revertendo nossa tese de investimento anteriormente mais positiva na Usiminas e rebaixando a classificação da ação devido a uma deterioração mais rápida do que o esperado nos preços de aços planos no Brasil — com queda de 14% desde março”, escreveu a equipe liderada por Daniel Sasson em relatório datado de 17 de junho.
Confira as maiores quedas do mês:
| CÓDIGO | NOME | PREÇO | VARIAÇÃO MENSAL |
| USIM5 | Usiminas PNA | R$ 4,11 | -20,96% |
| BRKM5 | Braskem PN | R$ 9,04 | -17,89% |
| SMTO3 | São Martinho | R$ 17,55 | -17,06% |
| CSAN3 | Cosan ON | R$ 6,86 | -16,65% |
| VAMO3 | Vamos ON | R$ 4,18 | -15,90% |
