Cervejaria não consegue retomar produção após ataque hacker; casos se multiplicam

Uma das maiores fabricantes de cerveja do mundo precisou parar sua produção após sofrer um ataque hacker. A vítima da vez foi a gigante japonesa de cervejas e bebidas Asahi Group Holdings. Após o ataque, a empresa informou que ainda não conseguiu retomar a produção nas fábricas domésticas e disse ainda que não pode prever quando a produção será retomada.

Com 30 fábricas no Japão que produzem cerveja, bebidas e produtos alimentícios, a companhia precisou suspender diversos processos: do processamento de pedidos e a remessa, até as funções de call center.

Este foi o caso mais recente de paralisação de uma empresa após um ataque criminoso nos sistemas. No começo de setembro, a vítima foi a Jaguar Land Rover, maior montadora de automóveis do Reino Unido. O ataque hacker fez com a empresa precisasse parar suas operações até 1º de outubro.

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A montadora de carros de luxo controlada pela indiana Tata Motors, tem três fábricas no Reino Unido, que juntas produzem cerca de 1.000 veículos por dia. A empresa perdeu 50 milhões de libras (R$362 milhões) por semana, de acordo com a BBC, e muitos de seus 33 mil funcionários foram orientados a ficarem em casa.

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Tarde demais

A montadora estava em vias de finalizar um acordo de seguro contra ataques eletrônicos intermediado pela Lockton antes do incidente, mas o acordo parece não ter sido fechado a tempo, disseram três fontes sêniores do mercado, segundo reportagem da Reuters.

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O prejuízo foi tamanho que o ministro britânico de negócios, Peter Kyle, foi visitar a Jaguar Land Rover e conversou com empresas de sua cadeia de suprimentos sobre como o governo britânico pode ajudar. “Temos duas prioridades – ajudar a Jaguar Land Rover a voltar a funcionar o mais rápido possível e a saúde da cadeia de fornecedores a longo prazo”, disse Chris McDonald, ministro da Indústria, que também participou das reuniões mais tarde.

Além de querer manter a cadeia de suprimentos intacta e salvar empregos, o governo britânico – que estabeleceu planos para proibir que órgãos do setor público e operadores de infraestrutura nacional crítica paguem pedidos de resgate – deverá se informar sobre o impacto das paralisações sobre a economia.

Outros ataques

No fim de semana dos dias 20 e 21 de setembro, um ataque de ransomware a uma empresa que facilita o check-in em aeroportos deixou passageiros bloqueados nos principais aeroportos europeus.

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Especialistas afirmam que os hackers estão assumindo riscos maiores ao atingirem alvos de grande importância para obterem resgates maiores e catapultarem suas reputações online.

Na Reino Unido, pouco mais de quatro em cada dez empresas relataram ter sofrido algum tipo de violação em um período de 12 meses, de acordo com dados oficiais publicados em junho. Nomes conhecidos, como Marks & Spencer e Co-op, foram vítimas nos últimos meses.

No Brasil, a empresa de tecnologia Sinqia, controlada pela caribenha Evertec, afirmou que cerca de R$ 710 milhões foram desviados por hackers em um ataque aos seus sistemas. “A empresa acredita que aproximadamente R$710 milhões em transações B2B não autorizadas impactando duas instituições financeiras clientes da Sinqia foram processados por meio do ambiente Pix da Sinqia, no dia 29 de agosto de 2025”, afirmou em comunicado à imprensa.

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A companhia disse que parte do valor foi recuperada, mas não deu detalhes, citando “esforços adicionais de recuperação” em andamento.

A Sinqia citou que uma investigação da companhia indica que as transações não autorizadas foram introduzidas ao ambiente Pix “por meio da exploração de credenciais legítimas de fornecedores de TI da Sinqia” e que encerrou esses acessos.

Fonte: Info Money

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