Agora, ele interpreta o líder estudantil Honestino Guimarães, morto pela ditadura militar aos 26 anos. O filme é dirigido por Aurélio Michiles, que estudou com Honestino na Universidade de Brasília. “Como documentarista, sempre tive a vontade de contar a história dele, de contar daquele momento que eu vivi”, diz o diretor.
Aurélio Michiles decidiu fazer o filme após ver um discurso do neto de Honestino Guimarães. No ano passado, Lucas Lopes foi chamado para fazer uma homenagem ao avô na reinauguração da ponte que leva o nome de Honestino. A imagem virou a abertura do filme: “Falar do meu avô, para mim, é muito difícil. É alguém que eu queria muito ter conhecido, tenho muito orgulho, mas nunca pude ver”, disse na ocasião. Aurélio relembra: “Eu vi aquele menino de 13, 14 anos fazendo aquele discurso, e disse: poxa, agora não tem volta. A voz dele me tocou profundamente”.
Eu já estive do outro lado numa história dessa, estive do lado da escória. Por que não estar do lado de quem realmente merece ter a história contada? É uma história muito atual. Bruno Gagliasso
Bruno Gagliasso diz que recebeu “com tesão” o convite para fazer o filme. “É diferente quando a gente faz um filme com vontade de fazer. Não que eu não faça outros filmes com vontade, mas esse filme é real, pô. Esse filme conta a história de dezenas, de centenas de pessoas que sofreram, que passaram por situações que não precisavam ter passado, só que, ao mesmo tempo, precisavam se impor, precisavam falar. Se hoje a gente vive uma democracia, é por conta de pessoas como o Honestino”.
“Honestino” estreou no Festival do Rio na última quinta-feira (9). O documentário, que mistura depoimentos de pessoas próximas a Honestino e cenas ficcionais interpretadas por Gagliasso, também será exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A previsão é que o filme chegue às salas comerciais de cinema em maio de 2026.
Fonte: UOL